O Banco Central continua sua jornada de desenvolvimento do Real Digital. Atualmente está em marcha a discussão das diretrizes de funcionamento da nova moeda brasileira, agora com DNA tecnológico.
No momento, o Banco Central trata com players do mercado, como os Bancos, fintechs, instituições de pagamento, e também de empresas de tecnologia, qual a melhor forma de estruturar o Real Digital, para alcançar resultados mais benéficos para a população e prover um sistema financeiro ainda mais eficiente, seguro e de custo menor.
Potenciais de usos do real digital
Nessa jornada de desenvolvimento do Real Digital, o Banco Central vem realizando uma série de Webinars, de diversos assuntos e diferentes graus de complexidade de tecnologia e econômica. Na semana passada, o tema da vez foi “Smart Contracts, IoT (Internet das Coisas) e Dinheiro Programável”.
Apesar de ainda em discussão do modelo tecnológico do Real Digital, já vislumbro alguns potenciais de usos da nova moeda, a partir das possibilidades tecnológicas, que posso elencar de forma resumida:
Contratos inteligentes
Através dos chamados Smart Contracts será possível viabilizar uma série de transações financeiras de maneira rápida e segura. Imagine que será possível receber, de forma instantânea, o salário do mês assim que registrar sua saída no ponto eletrônico no último dia útil do mês. Ou mesmo receber dividendos de uma empresa que você tem investimentos, no mesmo instante que a empresa anunciar suas informações contábeis.
Internet das coisas (IoT)
A tecnologia do Real Digital permitirá acelerar o desenvolvimento da internet das coisas, onde os veículos e eletrodomésticos ficarão integrados ao sistema financeiro. Já imaginou o seu carro dispor de tecnologia que permite pagar o estacionamento no instante que você deixar o estabelecimento comercial, sem necessitar de ir no guichê efetuar o pagamento, e o mais importante, sem o pagamento de serviço intermediário, nem mesmo o cartão de crédito, de forma que o pagamento será do veículo para o estacionamento.
Será possível também um “self-service” instantâneo na sua televisão, por meio de pagamento de apenas dos programas assistidos, sem a obrigação de assinatura, e que dispensa a intermediação de cartão de crédito, pois o pagamento será da sua TV, com o Real Digital, para o provedor do serviço.
Dinheiro Programável
As políticas governamentais poderão ser muito mais robustas e assertivas. Por exemplo, com o dinheiro programável, o auxílio financeiro do governo poderá ser direcionado apenas para compra de alimentos ou pagamentos de luz e água. Os instrumentos monetários, como o incentivo ou redução do consumo serão aperfeiçoados. Existe um vasto potencial de aplicação.
Outras possibilidades de uso também podem ser consultadas na coluna que escrevi em “Está chegando o Real Digital: 7 pontos importantes que você já precisa saber”.
As discussões de implantação do Real Digital devem evoluir nos próximos meses, de maneira que o Banco Central já tem programado mais 3 encontros virtuais neste mês de outubro e em novembro, com temáticas de: Emissão e Movimentação; Integração Internacional; e Tecnologias para emissão e compatibilidade com arranjos existentes.
Não se engane, em breve o Real Digital estará no seu “bolso”, ou melhor, a nova moeda brasileira estará em todo lugar, com diferentes formas de uso, permitindo avanços na forma de como utilizamos o dinheiro no cotidiano, seja em pagamentos de água e luz, nos investimentos, pagamento de salários, em transações comerciais, enfim, as possibilidades são inúmeras.
Grande abraço e até a próxima semana!
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.