O passe no jogo pode ser comparado a um gesto de solidariedade na vida

Vida plena, é o que sinto neste momento, ao voltar de uma palestra para jovens de uma escola aqui em Fortaleza, conversei com meninos e meninas que praticam esportes coletivos, como basquete, handebol, futsal e voleibol.

Eles me ouviram com avidez na volta à quadra, depois das escolas estarem fechadas por um período, como medida de contenção do Covid-19. O convite para estar com estes jovens foi feito pelo pai de uma das alunas, que pratica o basquetebol feminino.

Conversei com os estudantes sobre a importância dos fundamentos do jogo de basquete, fiz analogias com ações do dia-a-dia, disse que é preciso ter atenção em tudo o que se faz, como para fazer um arremesso certeiro, é imprescindível estar atento àquele momento.

A atenção é fundamental no aprendizado, e também para alcançar a vida plena. Mostrar para eles que na vida cotidiana podemos aplicar valores ensinados pelo esporte e traçar paralelos me deu enorme satisfação. Agregar o esporte na formação pessoal de cada um deles é gratificante, deixa uma marca de união. Respeitar o outro, não discriminar, julgar ou prejudicar ninguém, ter disciplina e ser solidário, estes foram alguns aspectos que abordei. O esporte mostra ao jovem que ele é parte de uma equipe, que deve cultivar a generosidade; combater a exclusão e a injustiça. O esporte faz com que cada indivíduo seja agente da força do coletivo.

O gesto e o prazer de dar um passe pode ser comparado a um gesto de solidariedade. E mostra como é importante ter sincronicidade com os companheiros, cada um tem um papel fundamental no jogo e na vida.

Durante as poucas horas que participei do encontro esportivo, com 50 jovens estudantes, deixei a linguagem do meu coração falar, eles ficaram muito atentos e participativos. Amei poder compartilhar o meu conhecimento com eles e ver que estavam interessados, isso me motivou e me trouxe muita energia.

Nós, humanos, somos sensibilizados por fatos que acontecem conosco ou com quem prezamos, e pela empatia. Ao me colocar no lugar dos jovens consegui falar com eles através da linguagem que lhes é comum e falar sobre o que lhes toca e desperta interesse.

Respeitar as diferenças e fazer a diferença na vida de outras pessoas, principalmente aquelas que estão em formação, amplia a visão de mundo e apresenta novos horizontes para a vida, em busca da plenitude.

Pela maneira com que as mãos conduzem a bola pode se enxergar a relação de afeto que cada aluno tem com o esporte.

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.