O papel da mulher na sociedade sempre foi discutido exaustivamente. Seja para assegurar suas limitações, seja para lutar por igualdade em todos os setores. Fruto de uma sociedade patriarcal, excludente e controladora, as mulheres lutaram – e lutam até hoje – para ter seu valor reconhecido e valorizado, independentemente do gênero.
É fato que, ao longo da história, muitas conquistas foram alcançadas na árdua luta por igualdade civil e social. A nível nacional, começo citando Nísia Floresta; brasileira, nordestina, nascida em 1810. Foi educadora, jornalista e poetisa e é considerada pioneira do feminismo no país. Em um tempo onde a educação era distinguida por gênero, ela lutou pela igualdade na educação, fundando, assim, a própria escola para alcançar seu objetivo. Ela também foi a primeira mulher a publicar textos em jornais nacionais, abrindo um importante precedente para todas as outras mulheres.
Em outros âmbitos, mulheres com igual determinação de Nísia Floresta, alcançaram vitórias semelhantes para todas nós: Bertha Lutz. nascida em 1894, foi determinante na conquista das mulheres no direito ao voto. Já Mietta Santiago foi além, lutou pelo direito não apenas de votar, mas de ser votada. Tornou-se e a primeira mulher a se candidatar a um cargo político.
Maria Quitéria, baiana, nascida em 1792, se alistou no exército disfarçada de homem para lutar pela Independência do nosso país. Jogou por terra o discurso do “sexo frágil” e teve, inclusive, sua bravura em campo de batalha reconhecida pelo Imperador D. Pedro I.
Vitória a vitória. Foi assim que se constituíram as conquistas que nós, mulheres, usufruímos hoje. Com a Revolução Industrial, vários outros objetivos e direitos foram alcançados, e com o avanço tecnológico e a globalização, o espaço ocupado por nós, tem abarcado todas as áreas profissionais.
Ainda assim, um longo caminho para a igualdade total precisa ser trilhado; caminho que precisa ser percorrido pautado no respeito e no reconhecimento individual de valores que não podem ser atribuídos a gêneros.
O respeito à liberdade de escolha, em todos os âmbitos da vida - privada ou social - deve ser sempre defendido por todos que acreditam que a única coisa que pode nos limitar ou definir são as nossas próprias convicções e escolhas.
Sheila Guedes é historiadora e pedagoga