Papa Bento XVI

Em abril de 2005, a Igreja Católica passou a ter um novo Papa. O cardeal Joseph Ratzinger, braço direito de João Paulo II, foi eleito e adotou o nome de Bento XVI. Comenta-se ter sido homem tímido, com senso de humor, intelectual, poliglota e, principalmente, conhecedor profundo de Teologia e Filosofia. Alguns analistas da personalidade de Ratzinger o chamavam de conservador, outros, de liberal e poucos, de progressista. A rigor, tenho muito receio de rotulagens. Se às vezes são cometidas injustiças outras podem evidenciar preconceitos.

Creio que Bento XVI deu continuidade ao trabalho de João Paulo II, notadamente no tocante às questões sociais, ao esforço pela paz, à defesa da liberdade e da justiça, às manifestações ecumênicas, bem como à preocupação com a doutrina da Igreja, imprimindo, é claro, seu estilo de liderança nos campos material e espiritual. Como ele próprio se definiu: “sou um simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor”. Bento XVI, por ser um homem possuidor de uma grande fé, analisou os problemas atuais do mundo à luz do Evangelho, ou seja, da palavra de Cristo, que é ampla, não discriminatória e misericordiosa.

Com certeza se lembrou de Paulo VI, que disse: “desenvolvimento é o novo nome da paz”, e também do padre Antônio Vieira, que falou: “semen est verbum Dei” (a semente é a palavra de Deus). Não é aconselhável, portanto, dizer que Bento XVI foi conservador, progressista ou liberal. Ele foi representante de Cristo no mundo e soube compatibilizar os valores materiais com os valores espirituais. O Espírito Santo o iluminou e Nossa Senhora o protegeu.

Acredito que a “Oração de São Bento” serviu de bússola para o Santo Padre: “Dá-me, benigníssimo Jesus, a inteligência que Te entenda, a sabedoria que Te encontre, o espírito que Te ouve, o ato que Te glorifique, os ouvidos que Te ouçam, os olhos que Te vejam, a língua que Te louve, a paciência que suporte os males permitidos por Ti. Dá-me Tua presença; dá-me a feliz ressurreição e como prêmio, a vida eterna. Amém! Ademais, disse certa vez: “O amor supera a justiça. Justiça é dar ao outro o que é dele. O amor é dar ao outro o que é meu”. P.S. “Crux Sacra Sit Mihi Lux” (A Cruz Sagrada Seja a Minha Luz).

Gonzaga Mota é professor aposentado da UFC