Se fosse uma população de um país, seria o quarto maior das Américas, perdendo apenas para os Estados Unidos, Brasil e México. Fosse a população de uma nação europeia, se colocaria imediatamente após a Alemanha, ocupando o segundo lugar em número de habitantes. Caso consideremos todos os países no mundo, seriam apenas 19 com um número de habitantes maior do que o de refugiados ao redor do planeta.
Essas comparações revelam a dimensão da tragédia humana em que vive grande parte dos 80 milhões de imigrantes, um número que só cresce a cada ano. Há uma década havia a metade da cifra atual. Muitos em fuga dentro do próprio país, abandonam zonas de perigo, com guerra, fome, perseguição religiosa e por conta de outros males que têm na ação (des)humana seus fundamentos.
Ora a situação ainda se torna mais grave, uma vez ocorrer em um cenário de pandemia. Somente durante o ano 2019 se somaram quase nove milhões de pessoas refugiadas, segundo a Acnur, agência da ONU para refugiados. Esse crescimento vertiginoso da população migrante impediu qualquer comemoração no Dia Mundial do Refugiado em 2020.
Em lugar de comemoração, duas questões se colocam: o que fazer para impedir esse crescimento vertiginoso da população de migrantes? O que é possível fazer para assisti-los? Dentre os muitos países que contam para esse aumento se destacam a República Democrática do Congo, o Iêmen e a Síria, além da região conhecida como Sahel, na África.
Há países que receberam muitos refugiados e já não contam mais com um retorno desses para suas pátrias, diferentemente do que ocorria em outras épocas, quando muitos terminavam por retornar. Realidade que não é um privilégio de determinados países, é mais uma regra seguida por quase todos no enfrentamento desse movimento migra-tório crescente em todo o mundo, que deve ser combatida.
Antonio Caubi Ribeiro Tupinambá
Professor universitário