O NFT se tornou uma sigla bastante conhecida após notícias sobre transações financeiras milionárias em troca de arte digital. Foram diversos casos, como o leilão de uma obra no valor de US$ 69 milhões e a compra da série Bored Ape Yacht Club pelo jogador Neymar. Será que os NFTs servirão apenas como garantia de status a um grupo seleto de afortunados? E por quê gastar tanto dinheiro com um arquivo digital? Ele não pode ser copiado?
A resposta é sim, o arquivo digital pode ser copiado, mas não a NFT. Sendo assim, o dono do original terá uma certidão garantindo a ele a propriedade. Você pode ter a cópia do quadro da Monalisa em casa, mas isso não te faz dono da obra original, pintada por Leonardo Da Vinci, e hoje exibida no Museu do Louvre.
Ainda assim, é preciso compreender que o NFT pode ter uma aplicabilidade muito mais ampla do que apenas em arte digital. Exemplo disso foram os ingressos dos jogos da final da Liga de Futebol Americano deste ano. 100% dos ingressos do jogo entre Cincinnati Bengals contra Los Angeles Rams foram vendidos de forma digital com NFT, que entrou para garantir a autenticidade do ingresso, reduzindo riscos de falsificações. Essa realidade não está longe da brasileira: clubes de futebol no país já estudam projetos também utilizando o NFT.
Vamos mais além e falar de metaverso, universo que já está se desenhando no atual cenário de tecnologia da Informação. Muito se fala dos avatares, nossas representações no mundo digital. Os NFTs podem entrar nesse processo, por exemplo, como certificações de pertença do avatar e seu dono no mundo físico - quase como um RG, com a diferença que ele não pode ser falsificado.
A discussão sobre os usos ainda podem ser ampliadas para as assinaturas digitais, aplicadas em transações digitais em que há a necessidade do registro de assinatura das partes envolvidas.
É uma verdadeira infinidade de aplicações que o NFT pode ter no futuro. Acredito que ainda estamos nos primeiros passos de descoberta da potência dessa sigla que, com certeza, terá impacto que trará ainda mais segurança no ambiente digital.
Alex Monteiro é líder da plataforma de segurança da informação do Instituto Atlântico