Setores que crescem na crise

Mesmo quando a economia não parece favorável, há quem consiga se superar, empreender e conquistar o sucesso

Escrito por Redação ,

Há quem não goste de chamar de crise, mas o fato é que a conjuntura macroeconômica do Brasil não anda muito boa. Aperto fiscal, problemas hídricos e energéticos, inflação acima da meta, desvalorização do real ante o dólar, desequilíbrio das contas públicas e escândalos de corrupção são apenas alguns exemplos de problemas que têm abalado a economia do País e o setor produtivo como um todo. Em um cenário assim, fica difícil imaginar a existência de segmentos com projeções positivas para 2015, mas a verdade é que o otimismo continua presente em diversos mercados, que aparentemente ignoram o momento instável da economia brasileira e enxergam possibilidades de crescimento em meio à situação adversa.

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Em uma situação de crise econômica é possível, por exemplo, que um setor consiga mais que dobrar seu faturamento ao longo do ano? Para alguns empresários do mercado de Pet Shops de Fortaleza a resposta "não" se resume a um simples "sim", mas vai muito além. "Em 2014 avançamos 136% e a expectativa para 2015 é de superar esse crescimento. Fala-se muito em crise e óbvio que estamos vendo os preços subirem para todos os lados, mas no nosso ramo a demanda segue bastante elevada. As perspectivas são as melhores possíveis", diz a proprietária da Animale Pet Shop, Gabriela Gomes.

Queda no consumo?

Com os consumidores preocupados em pagar impostos e dar conta do aumento no preço da energia e da gasolina, além da inflação que tem impacto em produtos e serviços, seria óbvio acreditar que o comércio, setor altamente ligado à capacidade de consumo das famílias, tenha péssimas projeções para este ano. Seria provável, se a maioria dos empreendedores atuantes no e-commerce brasileiro não estivessem altamente otimistas para o desempenho de 2015 e esperando, inclusive, superar o avanço de 24% nas vendas de 2014.

"Apesar de 2015 ser apontado por analistas como um ano de recessão e calmaria no mercado financeiro, encontramos em uma pesquisa nossa empreendedores confiantes, voltados a gerar oportunidades de negócios que gerem crescimento", destaca Laure Castelnau, diretora executiva do Ibope Conecta, que realizou um levantamento onde 85% dos entrevistados apostam que o setor de comércio eletrônico crescerá no Brasil em 2015.

Ações que fazem a diferença

E não é só o comércio eletrônico que pretende fechar o ano no azul. Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, Severino Ramalho Neto, por exemplo, é perfeitamente possível que o varejo cearense termine 2015 em crescimento, apesar das dificuldades impostas pela economia nacional. "O que teremos que fazer é trabalhar muito para atrair os clientes. Promover ações como o Fortaleza Liquida, que trouxe descontos em mais de 4 mil lojas na Capital cearense e trabalhar com preços competitivos ao longo de todo ano são algumas medidas que farão toda a diferença.

Dólar: vilão e mocinho

Na sexta-feira passada (13), o dólar fechou a R$ 3,24 e atingiu o maior patamar desde 2003. Considerar isso uma boa notícia pode parecer absurdo para quem pretende viajar para o exterior ou fazer compras fora do País, mas para o setor hoteleiro do Ceará a situação não poderia estar mais favorável, já que, com a moeda americana elevada, muitas pessoas tendem a optar por viagens nacionais. "Essa é a hora de resgatarmos o mercado turístico internacional", comemora o presidente da ABIH-CE, Darlan Teixeira Leite.

Esses são exemplos de setores que parecem ignorar a crise e que mostram que, mesmo ruim, toda situação tem dois lados.

Áquila Leite
Repórter

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