Dinheiro 'esquecido' poderá ser sacado a qualquer momento a partir de maio; veja como

Atualmente, o saque ocorre conforme calendário estabelecido pelo Banco Central

Escrito por Redação ,
Dinheiro na mão de um homem
Legenda: O cidadão poderá pedir o resgate dos recursos no momento da primeira consulta
Foto: Shutterstock

Os processos relativos ao dinheiro 'esquecido' no Sistema de Valores a Receber (SVR), do Banco Central (BC), serão liberados para todos, a partir do próximo dia 2 de maio. Atualmente, consultas e saques só correm mediante agendamento conforme a data de nascimento da pessoa física ou de abertura de empresas. 

O atual cronograma segue até 16 de abril para todos os consumidores que ainda não fizeram a retirada (veja abaixo o calendário).

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Segundo a instituição financeira, mesmo quem já resgatou seus recursos e quem não tinha valores a receber na primeira etapa deve consultar novamente o Sistema, pois, em maio, os dados serão atualizados e pode haver novo saldo.

O que muda?

A partir de 2 de maio, não haverá mais necessidade de agendamento. O cidadão poderá pedir o resgate dos recursos no momento da primeira consulta. 

Nova rodada de saques de saldos residuais

No último dia 28, o Banco Central começou a promover uma nova rodada de agendamento de saques de saldos residuais. Segundo o órgão, mesmo quem participou das consultas anteriores terá de repetir o procedimento porque as instituições financeiras incluíram novas informações no sistema.

Nesta etapa da consulta, o dinheiro vem das seguintes fontes:

  • contas-correntes ou poupanças encerradas e não sacadas;
  • cobranças indevidas de tarifas ou de obrigações de crédito previstas em termo de compromisso assinado com o BC;
  • cotas de capital e rateio de sobras líquidas de associados de cooperativas de crédito;
  • grupos de consórcio extintos.

Novo calendário

Pelo novo cronograma, o correntista poderá agendar o saque a qualquer hora da data informada, em vez de entrar em horários determinados pelo sistema. As novas datas de liberação são as seguintes:

  • Até 1947: 28 de março
  • 1948 a 1954: 29 de março
  • 1955 a 1959: 30 de março
  • 1960 a 1963: 31 de março
  • 1964 a 1967: 1º de abril
  • Repescagem até 1967:2 de abril
  • 1968 a 1971: 4 de abril
  • 1972 a 1975: 5 de abril
  • 1976 a 1979: 6 de abril
  • 1980 a 1981: 7 de abril
  • 1982 a 1983: 8 de abril
  • Repescagem 1968 a 1983: 9 de abril
  • 1984 a 1985: 11 de abril
  • 1986 a 1988: 12 de abril
  • 1989 a 1992: 13 de abril
  • 1993 a 1997: 14 de abril
  • A partir de 1988: 15 de abril
  • Repescagem 1984 em diante: 16 de abril

De 17 de abril a 1º de maio, haverá uma reformulação do sistema. As consultas serão retomadas em 2 de maio, na abertura da segunda fase do programa, que incluirá mais fontes de recursos esquecidos no sistema financeiro.

Confira abaixo o passo a passo para a retirada do dinheiro

Passo 1

Acessar o site valoresareceber.bcb.gov.br na data e no período de saque informado na primeira consulta. Quem esqueceu a data pode repetir o processo, sem esperar o dia 7 de março.

Passo 2

Fazer login com a conta Gov.br (nível prata ou ouro). Se o cidadão ainda não tiver conta nesse nível, deve fazer o cadastro ou aumentar o nível de segurança (no caso de contas tipo bronze) no site ou no aplicativo Gov.br. O BC aconselha o correntista a não deixar para criar a conta e ajustar o nível no dia de agendar o resgate.

Passo 3

Ler e aceitar o termo de responsabilidade

Passo 4

Verificar o valor a receber, a instituição que deve devolver o valor e a origem (tipo) do valor a receber. O sistema poderá fornecer informações adicionais, se for o caso. A primeira etapa da consulta só informava a existência de valores a receber, sem dar detalhes.

Passo 5

Clicar na opção indicada pelo sistema:

  • "Solicitar por aqui": para devolução do valor via Pix em até 12 dias úteis. O usuário deverá escolher uma das chaves Pix e informar os dados pessoais e guardar o número de protocolo, caso precise entrar em contato com a instituição.
  • "Solicitar via instituição": a instituição financeira não oferece a devolução por Pix. O usuário deverá entrar em contato pelo telefone ou e-mail informado para combinar com a instituição a forma de retirada: Transferência Eletrônica Disponível (TED) ou Documento de Crédito (DOC).

Importante: Na tela de informações dos valores a receber, o cidadão deve clicar no nome da instituição para consultar os canais de atendimento.

Nova fase

Em maio, haverá uma nova rodada de consultas, com mais R$ 4,1 bilhões disponíveis. Na segunda etapa, serão incluídas as seguintes fontes de saldos residuais:

• cobranças indevidas de tarifas ou obrigações de crédito não previstas em termo de compromisso;

• contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas e com saldo disponível;

• contas encerradas em corretoras e distribuidoras de títulos e de valores mobiliários;

• demais situações que resultem em valores a serem devolvidos reconhecidas pelas instituições financeiras.

Além dos valores residuais em bancos, o cidadão pode ter outras fontes de dinheiro esquecido, como cotas de fundos públicos, revisão de benefícios da Previdência Social, restituições na malha fina do Imposto de Renda e até pequenos prêmios de loterias.

O que é o SRV?

SRV foi lançado, em 24 de janeiro, para a descoberta de valores abandonados em instituições financeiras. Logo no primeiro dia de operação, o sistema foi derrubado devido à alta demanda.

A plataforma voltou a operar normalmente só em 14 de fevereiro último. E a busca por esses recursos e informações sobre o assunto cresce desde então. 

Até o último dia 25 de fevereiro, foram mais 116, 8 milhões de consultas. Deste total, mais de 26 milhões de pessoas acharam alguma cifra.    

Mais de 114 milhões de consultas

Segundo o BC, cerca de 114 milhões de pessoas e 2,7 milhões de empresas acessaram até agora o sistema de consultas criado para o resgate do dinheiro. Desse total, 25,9 milhões de pessoas físicas e 253 mil empresas descobriram que têm recursos a receber.

A maior parte dos recursos esquecidos, no entanto, é de pequeno valor. De acordo com levantamento do BC, saldos de até R$ 1 correspondem a 42,8% dos casos e montantes de até R$ 10 concentram 69,7% do total.

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