CSP terá empréstimo de US$ 3 bi; parte do BNDES

Do montante, R$ 2,3 bilhões, o equivalente a cerca de US$ 800 milhões, serão advindos do BNDES

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Legenda: O empreendimento está situado numa área de 980 hectares (ou quase mil quarteirões) e terá 571 hectares de área construída. A expectativa é que seja responsável pela geração de 3,2 mil empregos diretos

A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) assinou um contrato, nesta semana, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e às agências coreanas KExim e KSure, para o financiamento de US$ 3 bilhões (cerca de R$ 8,7 bilhões na atual cotação), que serão utilizados para garantir a finalização da construção e o início das operações do empreendimento. Do total financiado, US$ 2,1 bilhões serão liberados pelas agências coreanas, enquanto caberá ao BNDES financiar R$ 2,3 bilhões. O contrato é de longo prazo, totalizando 12 anos.

Conforme explica o diretor financeiro da CSP, Alexandre Bernstein, os recursos obtidos através do BNDES se destinarão a ações de caráter local, como os gastos ligados à construção em si do empreendimento. Já os US$ 2,1 bilhões oriundos das instituições coreanas se destinarão a iniciativas não locais, a exemplo da aquisição de equipamentos importados. "Esse financiamento demonstra a confiança que existe no projeto da CSP. O projeto passou por várias avaliações", destaca o diretor.

Investimentos

Desde o início da instalação da siderúrgica, há cerca de quatro anos, os acionistas já aplicaram no projeto US$ 2,1 bilhões, em recursos próprios. Desse montante, a Vale - uma das sócias do empreendimento - investiu pelo menos US$ 1 bilhão desde 2011. Em 2015, a mineradora brasileira planeja destinar US$ 185 milhões ao projeto - uma pequena parte de seu orçamento anual de US$ 10 bilhões.

Além da Vale, são sócias da CSP as sul-coreanas Dongkuk e Posco, que possuem, respectivamente, 30% e 20% de participação na usina. Já a Vale concentra sozinha os 50% restantes da participação.

Em um cenário de derrocada dos preços do minério de ferro, a Vale tem frisado o foco no aumento da produção e da qualidade da commodity, seu carro-chefe, concentrando esforços na conclusão dos projetos S11D, em Carajás, e Itabiritos, nos Sistemas Sul e Sudeste.

A siderúrgica terá capacidade para produzir 3 milhões de toneladas de placas de aço por ano. A viabilidade da usina em um momento de preços deprimidos e demanda fraca está calcada em contratos firmes de 15 anos com os próprios sócios.

Produção

Os coreanos se comprometeram a comprar 80% da produção anual - 1,6 milhão de toneladas pela Dongkuk e 800 mil toneladas pela Posco. As outras 600 mil toneladas cabem à Vale. Uma das hipóteses é que a empresa brasileira destine as placas à California Steel, usina americana da qual é sócia.

A CSP é estratégica para as sócias coreanas, mas também para o desenvolvimento econômico do Ceará. A decolagem da usina ganhou ainda mais peso com a recente decisão da Petrobras de abandonar a refinaria Premium II. O empreendimento está situado numa área de 980 hectares (ou quase mil quarteirões) e terá 571 hectares de área construída. Conforme previsão da própria usina, quando estiver em operação, a CSP irá gerar 3,2 mil empregos diretos e cerca de 12 mil indiretos, representando incremento de 48% no Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará.

A usina será a primeira empresa a operar em regime de Zona de Processamento de Exportação (ZPE) no País e é a única siderúrgica em implantação no mundo ocidental, sendo um dos maiores empreendimentos privados em construção no Brasil.

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