Após vários meses de queda, o valor do conjunto de itens que compõem a cesta básica de Fortaleza saltou 7,15% em outubro deste ano. Foi verificada variação positiva nos preços de nove dos 12 produto pesquisados e, com isso, o trabalhador fortalezense teve que desembolsar R$ 393,40 para garantir a alimentação básica no mês. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (7) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
"Esse seria o gasto de alimentação de uma pessoa. Se consideramos os termos da lei do salário mínimo, que tem que ser para uma família de dois adultos e duas crianças, que é a família padrão, a cesta básica ficaria em R$1180,20", destaca Reginaldo Aguiar, supervisor da Dieese.
Essa foi a maior alta verificada no País. A elevação foi impulsionada, sobretudo, pela variação mensal de 51,3% no preço do tomate em outubro ante setembro de 2018, com o item (12 kg) passando de R$ 39,72 para R$ 60,12.
"Observamos que questões climáticas, principalmente no fornecimento de água, comprometeu muito a produção na região da Ibiapaba", completa.
Além do tomate, também apresentaram alta de preços em outubro a carne (3,73%); a banana (3,73%); o feijão (1,88%); o pão (1,39%); a manteiga (0,98%); o óleo (0,80%) e o arroz (0,61%) e o café (0,51%). Com o resultado de outubro, no semestre, a cesta básica de Fortaleza inflacionou 3,8% e, na série de 12 meses, está 7,02% mais cara.
No entanto, embora leve o título da cesta básica com a maior alta, o posto de mais cara do País ficou com Florianópolis (R$ 450,35), seguida pela de Porto Alegre (R$ 449,89), São Paulo (R$ 446,02) e Rio de Janeiro (R$ 443,69). Fortaleza está em nono no ranking. Os menores valores médios foram observados em Natal (R$ 329,90) e Recife (R$ 330,20).
Considerando a cesta de Florianópolis, de acordo com a Dieese, o salário mínimo ideal calculado é de R$ 3.783,39 para uma família padrão. "Portanto, significativamente bem maior que o recebido (atualmente a R$ 954)", acrescenta.
E para os próximos dois meses, a tendência é continuar a aumentar o valor de parte dos 12 itens da lista. "Dezembro costuma apresentar muitas surpresas, como a carne, devido às festas de fim de ano, é comum subir ainda um pouco", pontua Reginaldo.