O Ceará apresentou o melhor saldo de empregos formais gerados no setor de serviços - que inclui a atividade turística - nos últimos 12 meses da região Nordeste. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostram que o Estado já registrou 13.890 empregos com carteira assinada, representando 38% dos postos de trabalho no setor gerados na região.
Alagoas ficou em segundo lugar, com saldo positivo de 9.278 postos de trabalhos, e o Piauí em terceiro (7.662). Quando considerado o período acumulado de janeiro a maio de 2015, o Ceará ficou também em segundo lugar do ranking, com 858 novos postos. Os estados de Pernambuco e Bahia apareceram com saldos negativos de 4.547 e 3.757, respectivamente.
Na análise do resultado por atividade, dentro do setor de serviços, os segmentos alojamento e alimentação apresentaram os melhores resultados, ocupando o primeiro lugar do ranking do Ceará no saldo positivo. Foram 3.655 empregos criados por essas atividades, o que representa cerca de 26% do total de vagas dentro do setor.
O bom resultado também se repete ao comparar as principais regiões metropolitanas do Nordeste - Fortaleza, Recife e Salvador. A Capital cearense, em maio de 2015, ocupou a primeira colocação, com 686 vagas, sucedida por Recife (-3.696) e Salvador (-4.799). Nos últimos 12 meses, Fortaleza teve resultado positivo em 9.004 vagas, enquanto Recife e Salvador seguiram com índices negativos.
O MTE lançou ontem um banco de dados online com informações sobre o mercado de trabalho no País. A plataforma integra, inicialmente, os dados do Caged, do Sistema de Registro de Empresas de Trabalho Temporário (Sirett) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). O sistema contará também com dados do mercado informal, seguro-desemprego, abono salarial e FGTS.
As atualizações do novo sistema serão mensais. A plataforma, entretanto, não substituirá as divulgações mensais.
Opinião
Situação ainda é confortável
Os dados do Caged mostram que, no Ceará, a situação ainda está confortável em relação a outros estados brasileiros. Sem dúvida, a geração de empregos formais no setor de serviços está ligada diretamente aos investimentos feitos na cadeia produtiva do turismo cearense nos último anos. Hoje, parte do comércio de Fortaleza, por exemplo, se mantém com o turismo. Podemos destacar hotéis, bares, restaurantes, lojas, etc. O setor de serviços passou por um momento difícil neste ano, que foi o pós-Carnaval. O movimento já cai durante esse período, mas ficou menor por conta da crise econômica. Estamos otimistas para este período de alta estação, já focando nas contratações temporárias. Muitas dessas vagas tornam-se efetivas, pois o fluxo de visitantes no Estado costuma ser bom de agosto a dezembro. Defendo investimentos públicos em equipamentos como o Centro de Eventos e o Acquario Ceará. Isso atrai turistas e, consequentemente, emprego e renda. A gente precisa lembrar que não é o valor gasto na construção desses empreendimentos que conta, mas o dinheiro que vai ser deixado aqui através deles.
Rodolphe Trindade
Presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE)