Preço da cesta básica cede 1,78% em fevereiro na Capital, mas tendência é de aumento

O conjunto dos 12 alimentos que compõem a cesta caiu de R$532,97 em janeiro para R$523,46 em fevereiro; recuou foi puxado pela queda nos preços do tomate,

O valor dos produtos que compõem a cesta básica em Fortaleza caiu para R$523,46, em fevereiro de 2021. Uma diminuição de 1,78% com relação ao custo de janeiro, que era de R$532,97, mas ainda acumula uma alta de 13,27% em seis meses (R$462,13 em agosto) e de 13,06% em um ano (R$ 462,99 em fevereiro de 2020).

É o valor mais alto entre as capitais do Nordeste pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento foi divulgado nesta sexta-feira (5).

De acordo com o Dieese, essa queda se deu pela baixa de preço de sete produtos da cesta: tomate (-15,17%), óleo (-6,35%), banana (-3,83%), arroz (-3,25%), leite (-0,80%), açúcar (-1,41%) e feijão (-0,26%).

Na contramão, cinco itens ficaram mais caros em fevereiro: café (2,93%),  farinha (2,25%), carne (1,44%), pão (1,25%) e manteiga (0,19%).

"Só houve essa queda nesse mês, porque a baixa no valor do tomate foi muito acentuada. Se não fosse isso, o preço da cesta estaria até com possíveis aumentos", explica Reginaldo Aguiar, supervisor técnico do Dieese. 

No acumulado dos últimos seis meses e do último ano, o único item que teve redução de preço foi o tomate (-8,85% e -39,44%, respectivamente). Já o óleo praticamente dobrou de preço em um ano (92,54%). Em seis meses, a alta foi de 57,63%.

Também acumulam aumentos expressivos o arroz (75,33% no ano e 39,90% em seis meses) e a farinha (40% e 25,69%, respectivamente). 

Confira os preços dos produtos: 

  • Carne (4,5 kg): R$177,53
  • Leite (6l): R$29,40
  • Feijão (4,5kg): R$34,97
  • Arroz (3,6kg): R$21,46
  • Farinha (3kg): R$13,65
  • Tomate (12kg): R$54,36
  • Pão (6kg): R$82,62
  • Café (300g): R$5,63
  • Banana (7,5dz): R$48,98
  • Açúcar (3kg): R$9,15
  • Óleo (900ml): R$8,26
  • Manteiga (750g): R$37,45

Tendência é que preços avancem

Para os próximos meses, conforme Aguiar, a expectativa é de que o custo da cesta se estabilize ou aumente. "Ano passado, tivemos três altas significativas e depois três meses em queda, o que pode estabilizar ou aumentar. O que aconteceu foi que os preços se estabilizaram, mas num patamar muito elevado", detalha. 

Ele lembra que o período de chuvas no Ceará, que impacta diretamente a produção de tomates, deve provocar um aumento do preço do produto nos próximos meses por conta das perdas na lavoura, puxando para cima o preço da cesta.  

Além disso, o retorno do auxílio emergencial, programado para iniciar em 18 de março, também deve provocar um aumento da demanda por alimentos. "A tendência é que o preço dispare, como aconteceu ano passado. Se você tem uma elevação de demanda, você tem aumento de preço", ressalta Aguiar. 

Força trabalhadora 

Conforme os dados da pesquisa, ficou evidenciado que um trabalhador que recebe um salário mínimo (R$1100) deve desprender 104 horas e 41 minutos da jornada mensal para custear a alimentação básica. O percentual do salário mínimo líquido utilizado para compra desses produtos fica em 51,45%. 

No caso de uma família formada por dois adultos e duas crianças, o trabalhador precisa de R$1570,38 para garantir esses insumos.