Por ter sido um banco voltado ao desenvolvimento regional, o BEC também se destacava pelo forte apelo social que tinha na época em que atuava no Ceará, até maio de 2006. E é exatamente esse aspecto da instituição financeira que a experiente bancária Ana Miranda, que possui mais de 30 anos de profissão, dos quais 21 dedicados ao banco estatal, sente mais falta. Segundo ela, que após a privatização migrou para o Bradesco, onde trabalha até hoje, a rotina era muito mais focada nas pessoas do que em números.
>Privatização do BEC completa uma década
>300 ex-becistas ainda continuam na ativa
>Formação de aprendiz a gerente
"O BEC não tinha muito essa missão do lucro, que é tão perseguida pelas instituições financeiras privadas. Éramos muito mais preocupados com questões sociais, na atuação junto ao público", relembra. Atualmente com 56 anos, ela revela que entrou no BEC em 1985 e ficou até a privatização. "Entrei através de concurso e pretendia me aposentar na instituição. Era um lugar onde os funcionários públicos se sentiam em casa. Nosso foco eram as pessoas e seus problemas", comenta. No BEC, Ana trabalhou como escrituária e foi para o caixa, função preferida da bancária e que permanece até hoje, no Bradesco.
'Tudo é adaptação'
Por fim, a bancária diz que a mudança para o Bradesco também trouxe aspectos positivos para muitos funcionários, como, por exemplo, a participação nos lucros da empresa, o que elevou o rendimento de vários ex-becistas. "Acredito que tudo é adaptação. Vivíamos uma realidade e fomos para outra. Coube a nós nos adaptar", comenta Ana.