Movimentação de contêineres no Porto do Pecém cresce 6% no ano

Foram mais de 221,2 mil contêineres transportados entre janeiro e agosto no terminal. Resultado foi puxado pelo bom desempenho da safra no primeiro semestre e crescimento da cabotagem, o transporte entre portos nacionais

Após a queda na movimentação de contêineres em meio às restrições a atividades econômicas em maio, junho e julho, a APM Terminals Pecém voltou a registrar crescimento em agosto, com o incremento de 24% frente ao resultado de agosto de 2019.

Nos oito primeiros meses do ano, o terminal movimentou 221.220 contêineres (TEUs, unidade equivalente a 20 pés), o que equivale a um crescimento de 6% comparado a igual período do ano passado (209.181 TEUs).

De acordo com a companhia, o resultado até agosto reflete o forte crescimento registrado no primeiro trimestre (18%) referente às movimentações da safra 2019/2020.

Segundo Daniel Rose, diretor superintendente da APM Terminals Pecém, o resultado também foi puxado pelo crescimento da cabotagem (navegação entre portos nacionais), tendência que deverá continuar pelos próximos anos.

"Continuamos vendo uma transferência do modal rodoviário para a cabotagem. A nossa expectativa é de que (o modelo) vai continuar a crescer pelo próximos cinco anos. Tem muitas políticas para melhorar as condições da cabotagem. Tivemos um bom crescimento no Nordeste, onde esse modal era novidade para muitas empresas", disse Daniel Rose em videoconferência com a imprensa ontem (16).

Para 2020, o superintendente da APM Terminals espera um crescimento de cerca de 3% em relação a 2019 e, para 2021, um incremento de até 10% no volume total movimentado.

"Inicialmente, a nossa expectativa era de crescer de 5% a 10% neste ano, mas, após o período de isolamento, agora esperamos um crescimento de 2% a 3%, em relação a 2019", disse Rose. "Para o próximo ano, seria um crescimento de 5% a 10%, muito pela cabotagem, que deve crescer perto de 10% enquanto a de longo curso (navegação entre portos de países diferentes) deve crescer perto de 5%".

Destaque

Durante a apresentação, Daniel Rose informou que a APM Terminals Pecém foi um dos terminais que mais cresceram no primeiro semestre de 2020. O grupo holandês APM Terminals opera 74 terminais no mundo. E, no Brasil, atua nos portos de Itajaí (SC), Itapoá (SC) e Santos (SP), além do Pecém.

Segundo a empresa, as importações de contêineres pelo porto cearense cresceram 15,95% no primeiro semestre, enquanto as exportações subiram 36,94%. Em 2019, a empresa movimentou 350 mil TEUs no terminal.

"Aqui no Pecém, temos uma das maiores produtividades por guindaste da APM, ficando no top 5 mundial", disse Rose. "E temos a melhor satisfação entre os portos na América Latina".

Frutas

Outro fator que vem contribuindo para a melhora das expectativas de movimentação de cargas no Pecém é a demanda de frutas pelo mercado europeu. "Tivemos muitas dúvidas em junho e julho se a safra seria boa, mas a Europa está comprando.

Os produtores europeus tiveram problemas para contratação de pessoal e isso ajudou a melhorar a nossa expectativa de uma safra boa para este ano", diz Daniel. "Temos bastante melão que vem não apenas do Ceará, mas também do Rio Grande do Norte, e temos manga e uva do Vale do São Francisco".

A APM Terminals prevê um aumento de 70% no número de contêineres exportados via Porto do Pecém no período de safra, que vai de agosto de 2020 a março de 2021.