Mercado de aplicativos de delivery deve crescer ainda mais no CE

Hoje, apenas 20% dos estabelecimentos locais trabalham com entregas, o que pode evoluir com a competição entre diferentes marcas de aplicativos, explica o diretor da Abrasel

Mesmo depois do anúncio da saída da Glovo do Ceará, e do Brasil, as perspectivas para o mercado de aplicativos de entrega no Estado são de crescimento. Segundo Taiene Righetto, diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-CE), além de não sentir com a saída da startup espanhola, os restaurantes cearenses ainda contam muito espaço para expandir o mercado de delivery digital.

Atualmente apenas 20% dos estabelecimentos locais trabalham com entregas, o que pode evoluir com a competição entre diferentes marcas de aplicativos, explica o diretor da Abrasel.

“O mercado aqui está em uma expansão muito grande, e aqui no ceará ainda temos um potencial muito grande para crescer aqui. O caso da Glovo não trouxe nenhum impacto muito grande aqui em Fortaleza, pois não chegou a nem 5% dos usuários usando esse app”, explica Righetto.

“Quem usava o Glovo já usava outros aplicativos. Não posso criticar a postura deles, mas acho que o mercado cearense merece o investimento, pelo potencial e pelo fato de que as coisas já estão melhorando muito na área tecnológica”, complementa.

A perspectiva de potencial de mercado é compartilhada por duas das principais empresas de delivery por aplicativo no Brasil, apesar de não abrirem dados regionais relativos ao desempenho nos últimos anos. O iFood, por exemplo, afirma que acredita no potencial do mercado brasileiro e que ainda há “muito potencial para crescimento”.

Em nota, a empresa confirma a intenção de continuar investindo no País e melhorando o ambiente tecnológico para os aplicativos de entrega. 

Evolução

“Queremos continuar protagonizando essa revolução. Impulsionar essa transformação significa desenvolver, de fato, todo o ecossistema de food delivery e melhorar a vida de todos os públicos, gerando oportunidades e melhor experiência aos consumidores, restaurantes, entregadores, além de produtores e distribuidores de embalagens e insumos”, diz a empresa.

Já a Uber Eats, que está presente em mais 37 cidades em todos os estados do Brasil, afirmou que vem registrando crescimentos de mais de 150% ao ano. Segundo a empresa, o segmento de delivery vem apresentando uma evolução “ainda mais rápida do que o nosso negócio de compartilhamento de viagens”. Em 2017, o aplicativo estava presente em apenas 5 cidades brasileiras.

Perfil local

Para Righetto, o mercado local ainda proporciona um potencial ainda maior para as empresas de delivery. Além dos quase 80% dos restaurantes que ainda não fazem entregas em domicílio, cerca de 15% daqueles que oferecem opções de delivery o fazem apenas pelo telefone.

“Os aplicativos permitem os bares e restaurantes focarem no que sabem fazer que é o comida. O que a gente viu também é que a Abrasel se apresentou como um divisor de águas para verificar quais os aplicativos estão mais qualificados na hora da escolha, então muitas empresas vieram até nós para vender o apresentar os serviços e ajuda muito a consolidar esse tipo de serviço no mercado local”, defende.

Righetto ainda afirma que o mercado cearense, assim como o brasileiro, está evoluindo tanto no âmbito financeiro quanto na forma como os serviços são ofertados, passando uma opção de entrega de comida para opções bem mais amplas e variadas. 

“O que está mudando no mundo, e aqui também, é que esses serviços não são mais só de comida, mas se apresentam como delivery de tudo, apesar que o delivery de comida é o que puxa o serviço, até porque os bares e restaurantes tem puxado o setor de serviços”, analisa.