Lojistas do interior levarão plano de retorno ao trabalho ao Governo

Fora do grupo estratégico montado no Ceará, a FCDL articulou associados para propôr um retorno às atividades levando a realidade de cada cidade do Estado e como estão enfrentando a crise deflagrada pelo novo coronavírus

Representantes das 83 Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDL) do interior do Ceará deverão apresentar, na próxima segunda-feira (27), um documento ao governador Camilo Santana com propostas para a reabertura do comércio de seus respectivos municípios. O "protocolo de flexibilização", feito sob orientação da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Ceará (FCDL-CE), contará ainda com um parecer técnico da Faculdade CDL.

Segundo Freitas Cordeiro, presidente da FCDL-CE, a ideia é que cada município apresente seu próprio plano de retomada das atividades econômicas.

"Têm alguns municípios que ainda não tiveram qualquer caso da doença e que estão sofrendo penalidades por conta dessa paralisação. É claro que cada um deles terá que se precaver, adotando medidas protetivas, mas não se pode radicalizar essas ações", disse o presidente.

Sem funcionar há mais de um mês, muitas empresas que conseguirem sobreviver a este período, segundo Cordeiro, ainda sairão muito debilitadas e que, por isso, a Federação defende a adoção de medidas que permitam a reabertura dos estabelecimentos.

"Nós queremos que haja um protocolo, com medidas de proteção para funcionários e consumidores, que permita a reabertura das empresas. Os próprios municípios precisam apresentar suas propostas, estabelecendo barreiras sanitárias para evitar que o vírus se propague, alguns com maior rigor, outros de maneira mais flexível", diz.

O presidente da FCDL avalia que alguns municípios ainda terão de esperar 15 dias para a reabertura enquanto outros já poderiam abrir agora.

"Não se trata de uma medida unificada. Os gestores terão de estar muito bem informados para que cada um possa tomar essa decisão".

Além do plano de reabertura do comércio, a FCDL também pleiteia o parcelamento em 12 vezes dos créditos tributários relativos ao Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e também o refinanciamento de dívidas das empresas com o Estado, ainda em curso.

Desde o início do mês, Freitas Cordeiro vem defendendo que haja uma alternativa ao fechamento total das atividades comerciais no Estado, como o funcionamento com horário reduzido e menor efetivo de trabalhadores por estabelecimento de modo a não criar aglomerações.

Manifesto

No último dia 20, um dia após o governador Camilo Santana anunciar a prorrogação do decreto estadual que suspende atividades econômicas consideradas não essenciais no Estado, representantes do setor produtivo divulgaram um manifesto solicitando a criação de uma comissão para viabilizar o retorno gradual das atividades empresariais.

O documento foi assinado por presidentes de 12 entidades que representam setores da indústria, comércio, serviços e agropecuária cearenses.