O mercado de intercâmbios curtos, de duas a quatro semanas, para quem deseja estudar uma língua estrangeira ou aprimorar o currículo, cresceu 20% em Fortaleza ante o ano passado. Tal evolução foi puxada, principalmente, pelo avanço nos pacotes que incluem a realização de cursos profissionalizantes em áreas como moda, culinária e fotografia, que tiveram um aumento de 30% em relação a 2013.
Os pacotes vendidos pelas agências para esses intercâmbios breves variam de R$ 2,7 mil a R$ 8 mil, podendo levar o consumidor a quase todos os países do mundo. Um dos destinos mais procurados, por conta do custo reduzido, é o Canadá, mas a procura por locais menos convencionais também é alta, como a África do Sul e a ilha de Malta.
Para passar duas semanas estudando inglês em Vancouver, no Canadá, com direito a duas refeições, taxas do curso pagas e material escolar garantidos, o consumidor teria um gasto de aproximadamente 1.054 dólares canadenses, o que equivale a R$ 2.382,14, de acordo com a cotação de ontem, mais uma taxa de matrícula na agência STB Intercâmbio no valor de R$ 387, que proporciona esse pacote. No total, o investimento do consumidor seria de R$ 2.769,14.
Thiago Duch, gerente da STB e professor universitário, comentou sobre a evolução do mercado de intercâmbios, que, segundo ele, tem se focado em fornecer experiências variadas, indo além do aprendizado de uma língua estrangeira. "O legal é que a experiência tem se tornado mais geral. Não se trata mais apenas de estudar outra língua, já que o cliente pode fazer um curso de curta duração na área de artes, negócios, culinária, moda. É uma grande ajuda para que as pessoas possam alcançar objetivos profissionais futuramente. O intercâmbio tem sido mais procurado por essas características mais específicas e deixou de ser somente uma viagem", afirmou.
Papel do consultor
Para Marcelo Albuquerque, diretor executivo da agência IE Intercâmbio, o papel dos consultores de intercâmbio é entender o perfil, preferências e objetivos do aluno e, de forma personalizada, ser capaz de ajudar o estudante a escolher o destino que tem a sua cara e um curso que responda positivamente à sua proposta. "Tudo isso dentro do período de tempo que este intercambista tem disponível", disse.
De acordo com Wellington Oliveira, diretor da Experimento Intercâmbio Cultural, o crescimento do mercado se dá pelo aumento da procura, o que tem levado as agências a divulgarem e desenvolverem mais projetos ligados às escolas de línguas e profissionalizantes ao redor do mundo. Para ele, além da procura, outro fator que tem favorecido a evolução das vendas dos pacotes de intercâmbio é a vontade dos cearenses em investir em educação. "As escolas estão percebendo a demanda e a oferta está aumentando, então eles estão colocando o produto na prateleira. São mais opções de curso, e que vão além do simples ensino do inglês", comenta.
Acesso à informação
A facilidade para encontrar informações sobre os destinos turísticos na internet e a competição de mercado tem ajudado o setor a crescer. Porém, segundo Thiago Duch, as pessoas ainda procuram informações diretamente nas agências antes de fechar negócio. Para se ter uma ideia, cerca de 9 mil pessoas por ano ainda procuram a STB para discutir os planos de um intercâmbio.
"O mercado está aquecido não apenas pelo incentivo do governo, mas também por conta das pessoas que desejam um acréscimo no currículo. O câmbio é um obstáculo, mas não tem impedido os cearenses de buscarem uma oportunidade como essa", explica o gerente da STB.
Destinos mais baratos
Segundo Wellington Oliveira, nem sempre os destinos mais próximos são os mais baratos. Viajar para o interior de países como a Espanha, por exemplo, pode acabar saindo mais em conta para o consumidor do que um pacote de intercâmbio em países localizados na América do Sul.
"Às vezes a América Latina engana um pouco, pois, como as escolas trabalham com o preço em dólar, os valores chegam a ser mais próximo e você pode acabar achando cursos mais baratos na Espanha do que na Argentina ou no Chile", explica. Como essas escolas trabalham com o público internacional, fica mais fácil para eles passarem esses preços em dólar. Assim, pode sair mais barato ir estudar em Barcelona, na Espanha, do que na América do Sul", emenda.
Um pacote pela IE Intercâmbios para estudar espanhol em Buenos Aires, capital da Argentina, durante quatro semanas, com acomodação em residência estudantil, sai por US$ 1.635 (R$ 4.197,21).
Para o mesmo período na Cidade do Cabo, na África do Sul, o consumidor iria precisar desembolsar cerca de US$ 1.699 (R$ 4.361,50). Já para passar aproximadamente um mês na Ilha de Malta, no sul da Itália, o intercambista teria que desembolsar o equivalente a 1.163 euros (R$ 3.718,11).
Mais informações
CI Intercâmbio e Viagens:
(85) 3268-3844
Experimento Intercâmbio Cultural: (85) 3264-5601
STB Intercâmbio: (85) 3021-1144
IE Intercâmbios: (85) 32640761