O Ceará não corre risco de desabastecimento de alimentos, segundo garantiram a Associação Cearense de Supermercados (Acesu) e o Sindicato das Indústrias da Alimentação e Rações Balanceadas do Estado do Ceará (Sindialimentos). Mas o setor produtivo reforçou a importância do consumo de produtos locais para movimentar a economia do Estado.
Segundo André Siqueira, presidente do Sindialimentos, as indústrias já pensam em retomar uma campanha de identificação de gôndolas nos supermercados para apoiar empresas cearenses.
A iniciativa seria uma alternativa para garantir que as empresas locais possam mitigar os impactos econômicos causados pela redução de movimentação de pessoas gerada pela pandemia do novo coronavírus. Siqueira, contudo, garante que as 130 indústrias que compõem o Sindialimentos estão operando para impedir que haja prejuízo no abastecimento do mercado local.
"A gente tá com um apelo de que se consuma alimentos produzidos no Ceará, pois isso gera empregos e ajuda a movimentar a economia local. A população pode colaborar com a nossa economia", disse o presidente do Sindialimentos.
Siqueira ainda destacou esperar que o Governo do Estado possa aos poucos liberar o funcionamento de mais empresas para que a economia não seja prejudicada de forma profunda.
"A preocupação maior é com a economia, pois teremos produtos, mas não teremos clientes. Clamamos para que o Governo faça regras a fim de que as empresas possam voltar às atividades. Dentro das empresas de alimentos, conseguimos manter o funcionamento, com regras claras de higiene, e não temos casos de contaminação, então porque não expandir para outras empresas?", indagou Siqueira.
Entre as medidas do Sindialimentos para manter o funcionamento das empresas do setor estão a divisão em equipes para função específica, limitando a circulação dessas dentro da empresa, e criando um sistema de rodízio; a redução temporária no quadro de funcionários, sem demissões; equipes de escritório trabalhando remotamente; antecipação salarial visando ao suprimento de alimentos para família; maior rigor na higienização da empresa e dos colaboradores, com aumento da quantidade de lavatórios para as mãos e disponibilização de álcool gel; dentre outras iniciativas.
Diálogo
Para manter a rede de abastecimento funcionando, a Acesu elevou o nível de diálogo com as cadeias de fornecedores e com as indústrias produtoras. O presidente da entidade, Nidovando Pinheiro, também descartou risco de desabastecimento de produtos no Estado, neste momento.
Pinheiro ainda reforçou que se algum produto estiver em falta em algum supermercado, pode ser uma questão pontual, considerando a alta de demanda nos últimos dias. Como as pessoas estão mais tempo em casa, enquanto bares e restaurantes estão fechados, o consumo de produtos de supermercado aumentou, explicou ele.
"A gente está conversando com os fornecedores e pedindo para que eles nos orientem em momento de corte de produção, mas ainda vemos uma normalidade no mercado. Não temos falta de produtos nos mercados, a não ser o álcool em gel. Mas deverá chegar logo também", apontou.
Mercado
O Supermercado Pinheiro também atua para garantir que não faltem produtos na mesa do cearense. Alexandre Pinheiro, diretor comercial e de marketing da rede, reforçou, também, que não há necessidade de a população fazer estoque de produtos.
"Queremos incentivar o consumo consciente. As pessoas precisam compreender que, no momento, estamos funcionando dentro da normalidade no que é possível, com alterações de horários, e tomando todas as medidas que os órgãos competentes de saúde estão repassando. Além disso, estamos reforçando nosso sistema de entrega em domicílio através do nosso aplicativo para que não haja lotação nas lojas".
Para garantir a saúde financeira e os empregos mantidos pelas indústrias cearenses durante a crise provocada pela pandemia, setor produtivo reforça importância de que as pessoas consumam produtos locais