A taxa de ocupação hoteleira de Fortaleza deverá atingir 90,5% no feriadão da Independência, que vai de 7 até 10 de setembro. A projeção é da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Ceará (ABIH-CE), que realizou o levantamento com base nas reservas já efetuadas pelos turistas para o período.
A maioria dos visitantes está vindo aproveitar o feriado na Capital cearense de estados das regiões Norte e Nordeste, como Pará, Amazonas, Piauí e Rio Grande do Norte, e também do Interior do Estado. Além de conseguirem diárias com valores em conta, os turistas também encontram passagens com preços atrativos, tanto aéreas quanto de ônibus.
A taxa de ocupação prevista para Fortaleza surpreendeu o vice-presidente da ABIH-CE, Darlan Leite, considerando que a retração na economia do País também vem impactando a cadeia produtiva do turismo, da qual fazem parte os hotéis.
Por outro lado, Darlan destaca que o aumento da demanda de visitantes por Fortaleza é fruto de um trabalho contínuo entre a ABIH-CE, Secretaria Municipal de Turismo (Setfor) e Secretaria do Turismo do Estado (Setur), tanto em relação a investimentos em infraestrutura quanto em promoções turísticas.
Alternativas
Ele lembra também que os proprietários dos 58 empreendimentos associados à entidade vêm, constantemente, buscando alternativas para atrair turistas à cidade e minimizar os efeitos da crise econômica. Uma delas é manter os preços das diárias de acordo com a tabela de valores de 2016. "Estamos sacrificando um pouco o nosso lucro em prol da continuidade dos nossos negócios, evitando demissões, por exemplo, problema tão comum atualmente no Brasil. Uma taxa de ocupação de 90,5% no feriadão de Tiradentes é muito bem-vinda e sempre traz um grande alívio ao setor", afirma.
De acordo com Darlan, grande parte dos turistas que se hospedam na rede hoteleira de Fortaleza durante os feriadões também costuma aproveitar o período em praias como Cumbuco (Caucaia), Porto das Dunas e Prainha (Aquiraz), Morro Branco e Praia das Fontes (Beberibe), e Canoa Quebrada (Aracati).
Embora a taxa média de ocupação mensal ainda esteja aquém do que os hotéis da Capital costumavam registrar antes da crise, o presidente da ABIH-CE observa a importância do Centro de Eventos do Ceará (CEC) para o setor, equipamento que contribui para atrair visitantes. "O turismo de negócios e eventos continua aquecido, com várias feiras e congressos acontecendo. Isso é algo fundamental para a indústria hoteleira, um complemento, no atual momento. Esta ocupação também foi impactada pelo Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que acontece de 5 a 9 de setembro".
Rota das Falésias
Darlan, que também preside a Associação da Rota das Falésias da Indústria do Turismo (Arfit), ressalta a promoção que está sendo realizada entre a entidade e as empresas Guanabara e CVC.
"Os pacotes promocionais estão muito atrativos. Temos vários turistas do Rio Grande do Norte e do Piauí vindo ao Ceará que compram os pacotes na CVC, chegam nos ônibus da Guanabara e se hospedam em hotéis localizados nos municípios que integram a rota das falésias (Cascavel, Beberibe, Fortim, Aracati e Icapuí)", explica.
Pousadas
Enquanto os hotéis de grande porte esperam taxa de ocupação de 90,5%, os meios de hospedagem de pequeno e médio portes, como pousadas e hostels de Fortaleza, trabalham com estimativa de 75% para o feriadão da Independência, também com bases nas reservas efetuadas no período de 7 até 10 de setembro.
O índice é considerado positivo pelo presidente da Associação de Meios de Hospedagem e Turismo do Ceará (AMHT), José Walden Lins Melo Filho. No entanto, ele diz que a ocupação não impactará na taxa média mensal, que deverá ficar em torno de 50%.
"Ainda é um percentual muito baixo para o nosso setor, que costumava registrar taxa de ocupação média mensal de, no mínimo, 70% antes da crise econômica", afirma, ressaltando que, nos últimos três anos, os preços das passagens aéreas ficaram mais caras, influenciando na emissão de turistas das regiões Sul e Sudeste ao Ceará. "Atualmente, além dos visitantes do Nordeste, temos recebido também muitas pessoas no Norte, de cidades como Belém, Manaus e Rio Branco. As passagens são mais em conta e, em alguns casos, os turistas optam pelo ônibus".
Crítica
Além do fator crise, José Walden também critica "a concorrência desleal dos meios alternativos de hospedagens", fazendo referência ao Airbnb, plataforma online que reúne casas e apartamentos para aluguel. Conforme ele, o projeto de lei que tramita na Câmara Municipal de Fortaleza a fim de restringir a atividade da Airbnb na Capital deverá ser votado em plenário nesta quinta-feira (30).
"Vários meios de hospedagem de pequeno e médio porte vêm fechando as portas por causa dessa concorrência desleal. Muitos que continuam no mercado estão trabalhando com o quadro mínimo de funcionários para se manterem", acrescenta.
Voos extras
O Aeroporto Internacional de Fortaleza/Pinto Martins vai receber 54 voos extras no período de 5 a 11 de setembro, durante o feriado de 7 de setembro, Dia da Independência, quando devem passar pelo terminal cearense mais de 145 mil passageiros.
Serão 14 operações realizadas pela Azul, com rotas procedentes dos terminais de Teresina (PI), São Luís (MA) e Recife (PE). A Gol Linhas Aéreas contará com 24 voos, entre chegadas e partidas, de Confins (MG), Salvador (BA), Guarulhos (SP), Manaus (AM) e Recife.
Já a Latam programou 16 voos extras, com rotas envolvendo os aeroportos de Brasília (DF), Recife, Belém (PA), Confins e Galeão (RJ). A superintendente do Aeroporto Internacional Pinto Martins, Elenilda Cunha, destaca que a Infraero está preparada para atender à demanda extra de voos. "A equipe do Pinto Martins está reforçada para atender da melhor maneira os usuários e passageiros que visitarão a nossa cidade para aproveitar esse feriado. Além do grupo de trabalho de rotina, temos equipes de sobreaviso, objetivando qualquer tratativa que necessite dessa atuação. Os profissionais operam no terminal com os coletes amarelos, auxiliando passageiros", pontua.
Apenas no primeiro semestre deste ano, passaram 2,8 milhões de passageiros, entre embarques e desembarques.