Após adquirir em dezembro passado o hospital infantil e 49% da carteira de vidas do Plano de Saúde Luís França, a operadora de saúde suplementar Hapvida informou ontem, a aquisição dos demais 51% dos clientes, totalizando cerca de seis mil pacientes. A incorporação total da carteira do Luís França, autorizado em fevereiro último, foi confirmada à tarde, pela direção do Hapvida e pela Agência Nacional de Saúde (ANS).
Sem revelar o valor do investimento total, a assessora de Marketing do Hapvida, Simone Varela, explicou que toda a carteira adquirida é composta por pacientes com idades entre zero e 18 anos, crianças e jovens que antes eram atendidos pelo Plano Luís França e que, agora, passam a integrar a clientela da operadora. "A ANS aprovou a integração total da carteira do Luís França pelo Hapvida", anunciou Simone Varela, segundo quem a aquisição não muda em nada o contrato do plano de saúde anteriormente celebrado pelos usuários do Luís França.
No mês passado, porém, mães de pacientes do Luís França relataram dificuldades para que os filhos fossem atendidos em unidades de emergência em Fortaleza. Para algumas, faltou preparo aos planos de saúde, que não deram opção de atendimento aos usuários após a venda do Hospital Infantil.
Conforme a ANS, pela Lei 13.003, as operadoras de saúde devem substituir cada prestador de serviço, inclusive hospitalar, que for descredenciado. Ainda segundo a Agência, "a transferência do controle societário (do Plano de Saúde Luís França para o Hapvida) foi autorizado em fevereiro", último.
Direitos mantidos
Conforme garantiu Simone Varella, não haverá aumento nos preços dos pacotes e das mensalidades pagas atualmente, não haverá alteração nos pacotes de serviços contratados, nem mudanças nas carências. Ela explicou, no entanto, que nada impedirá que os novos clientes do Hapvida optem por migrar para outros planos da operadora atual.
"Os clientes do Luís França continuarão a ser atendidos no próprio hospital infantil como antes, mas vão receber a oferta de novos produtos, para que possam migrar e ter acesso a toda a rede própria do Hapvida, no Norte e Nordeste", declarou a assessora de Marketing. Ela esclarece que os produtos e serviços ofertados pelo Luís França eram restritos a atendimentos no Ceará, mas que agora poderão ser expandidos para os demais estados da rede, se houver interesse por parte dos usuários.
Ela garante que a mudança de plano não será obrigatória e que todos os novos clientes irão receber correspondências com todas as informações sobre a mudança. Ainda segundo ela, uma nota, no mesmo sentido, deverá ser publicada nos principais jornais do Estado do Ceará, esclarecendo as alterações, o que ainda não foi feito pela operadora.
Estratégia
Conforme Simone Varella, se para os usuários do Luís França a mudança de plano de saúde representa a oportunidade de agregar novos produtos e serviços ao pacote anteriormente contratado, para o Hapvida a aquisição foi estratégica. "Antes, o cliente do Luís França quando completava 18 anos era "obrigado" a mudar de plano, agora esse cliente vai poder ficar com a gente", diz.
Além de ampliar a carteira de usuários em mais seis mil vidas, a operação foi estratégica para o Hapvida que, dia a dia, vem expandindo a sua rede de atendimento pediátrico, um serviço complexo, caro para os hospitais bancarem e que precisa de usuários cativos que os financie. Nesse sentido, o Hapvida comprou o Hospital Luís França, uma das principais unidades pediátricas da capital cearense; adquirindo o seu primeiro hospital exclusivamente infantil e ampliando o seu atendimento neste segmento.
Carlos Eugênio
Repórter