No último ato da visita de uma comitiva do governo Donald Trump a Brasília, o ministro Paulo Guedes (Economia) e a presidente do Exim Bank (Banco de Exportação e Importação dos EUA) assinaram um memorando para identificar possibilidades de financiamento de exportações daquele país ao Brasil que podem somar US$ 1 bilhão (R$5,6 bilhões).
O documento firmado em cerimônia no Itamaraty também estabelece compromissos entre Brasil e EUA para avançar na cooperação no comércio de bens e serviços, especialmente nos setores de telecomunicações e 5G, energia, infraestrutura, logística, mineração e manufaturas.
Participaram do ato o presidente Jair Bolsonaro, o conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Robert O'Brien, Guedes e a presidente do Exim Bank, Kimberly Reed. A cerimônia marcou o encerramento das atividades da delegação liderada por O'Brien, sequência de eventos que também teve a assinatura de um acordo de facilitação de comércio e reuniões com autoridades brasileiras para pressionar o país a estabelecer travas para a atuação da empresa chinesa Huawei nas redes de 5G.
"Nós acreditamos que o acordo de colaboração econômica entre os Estados Unidos e o Brasil terá resultados promissores. O presidente Donald Trump está comprometido com a prosperidade econômica, segurança nacional e com o direito à liberdade", declarou Reed.
O Exim Bank também anunciou, como parte da visita, que está preparado para considerar um pedido da Gol Linhas Aéreas para financiar a compra de aeronaves da Boeing, numa negociação de "várias centenas de milhões de dólares". A previsão de entrega dos aviões é para 2021.
Em discurso na cerimônia, Guedes afirmou que o Brasil está se abrindo economicamente, citando o acordo do Mercosul com a União Europeia e avanços nas negociações com outros países como Japão e Canadá.
O ministro explicou que, no primeiro ano do governo, o foco foi no controle de despesas públicas, mas que agora a equipe econômica quer abrir os horizontes de investimentos, principalmente na área de infraestrutura logística, petróleo e gás natural.
Segundo ele, o Congresso está aprovando a modernização dos marcos regulatórios. "Estamos num grande esforço de aproximação e abertura da economia brasileira. Agora, uma aproximação também onde nós temos o sentido de geopolítica. Nós comercializamos com o mundo inteiro. [...] Então nós sabemos quem são nossos parceiros geopolíticos e ao mesmo tempo praticamos comércio com todo o mundo", afirmou disse.