A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) informou que na próxima quarta-feira, 29, será lançada uma Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras, para tentar evitar a privatização da companhia. A iniciativa acontece em uma semana tensa para o governo, que pretende aprovar medidas provisórias que mexem na administração federal.
A venda da Petrobras divide o governo Bolsonaro, com a equipe econômica favorável, mas de forma gradual, e parlamentares e militares mais cautelosos em se posicionar.
"O objetivo da criação dessa frente, que será composta 190 parlamentares de diversos partidos, é impedir privatização da Petrobras", disse a FNP em seu site nesta segunda-feira.
Segundo a FNP, a Frente Parlamentar vai apresentar dados que reforçam a importância da Petrobras para a sociedade.
Desde a posse do atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, a venda de ativos vem sendo acelerada, e com apoio da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), medidas para abrir o mercado de refino, gás natural e distribuição estão sendo tomadas, em parceria com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Nesta segunda-feira, 27, a estatal colocou à venda 27 campos maduros terrestres no Espírito Santo, incluindo as instalações compartilhadas de escoamento e tratamento de produção.
Este ano, a companhia já anunciou a venda de oito refinarias - que podem gerar US$ 20 bilhões - a rede de postos de abastecimento no Uruguai, a redução no capital da BR Distribuidora, e concluiu a venda da Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG), iniciada na gestão anterior, além de já ter vendido variados campos de petróleo e gás natural.
No mês passado, a estatal alienou 34 campos de produção terrestres no Rio Grande do Norte e metade dos direitos para exploração e produção no campo de Tartaruga Verde, na bacia de Campos.
A empresa pretende vender também a Liquigás, subsidiária do setor de gás, entre outros ativos.