Fortaleza deve ter Natal de mais lembrancinhas

Segundo a Fecomércio, o consumidor da Capital cearense está retomando o ânimo gradualmente

"Este ano ainda será um Natal de lembrancinhas, mas de mais lembrancinhas", é o que diz a diretora institucional da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Cláudia Brilhante. Segundo ela, o consumidor está mais cauteloso em relação aos gastos, porém a expectativa de intenção de compra para dezembro é de elevação em comparação a novembro.

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De acordo com o Índice de Confiança do Consumidor de Fortaleza (ICC), divulgado ontem, a intenção de compra dos consumidores apresentou uma leve queda neste mês em relação a outubro, passando de 40,4% para 38,6%. Cláudia Brilhante explica que isso se deve à empolgação por conta do Dia da Criança. "Essa queda é natural, mas em dezembro vai haver uma retomada. Essa intenção de compra tende a aumentar", afirma.

O valor médio das compras é estimado em R$ 301,17 e a intenção de consumo mostra-se superior para os homens (42%), para os consumidores com idade entre 18 e 24 anos (54,5%) e com renda familiar entre cinco e dez salários mínimos (43%). "Em relação à intenção dos homens ser maior neste mês em comparação às mulheres, eu considero essa mudança momentânea", completa Cláudia Brilhante.

Entre os produtos mais procurados estão: Artigos de vestuário, citados por 27,4% dos entrevistados; Televisores (19,1%); Aparelhos de telefonia celular (15,3%); Calçados (14,6%); Móveis e artigos de decoração (13,1%); Geladeiras e refrigeradores (9,5%); e Máquina de lavar roupa (7,3%).

Índice de Confiança

Apesar da queda de 1,2% no ICC deste mês, ante outubro, passando de 100 pontos para 98,9 pontos, o indicador é melhor do que em novembro de 2015 (95,7 pontos). Para Cláudia Brilhante, isso sugere uma melhoria gradual no ânimo do consumidor. "De um modo geral, os números são positivos. O consumidor ainda não está com o 13º salário no bolso. Então, por enquanto, ele está mais cauteloso e querendo pagar logo as dívidas para poder retomar o consumo", avalia.

O resultado do ICC de setembro decorreu da melhora do Índice e Situação Futura, que subiu 1%, alcançando 109,2 pontos; já o Índice de Situação Presente teve leve queda de 0,1%, passando para 84 pontos neste mês.

Expectativa

Nos últimos meses, os consumidores têm sentido os efeitos de um ambiente econômico adverso, marcado pelo baixo crescimento, inflação em alta e tendência de aumento do desemprego. De acordo com a Fecomércio, neste cenário, o consumidor tem sido cuidadoso nas compras, preservando sua capacidade de pagamento para aquilo que considera essencial ou aproveitando o calendário de promoções.

Esse sentimento se reflete no Índice de Situação Presente (ISP), que segue no campo que indica pessimismo (abaixo de 100 pontos) desde março deste ano. De qualquer modo, as flutuações conjunturais como a deste mês (crescimento de 2,2% no ISP) sugerem uma tendência tímida de melhora.

Situação

O percentual de consumidores que consideram o momento atual ótimo ou bom para a compra de bens duráveis subiu de 27,9%, em outubro, para 32,4% neste mês. A pesquisa também revela que 49,4% dos consumidores da Capital cearense consideram que sua situação financeira atual está melhor ou muito melhor do que há um ano. Já 74,8% dos entrevistados acreditam que sua situação financeira futura será melhor ou muito melhor do que a atual.

O consumidor de Fortaleza tem mostrado também preocupações com a situação econômica nacional, com 59,1% dos entrevistados descrevendo-a como ruim ou péssima. Esse sentimento recebe influências da percepção da inflação, da piora nas condições do crédito e do sentimento de relativa piora no mercado de trabalho.

dsa