Foco na produção e competitividade

A fim de fortalecer o ambiente de negócios do Ceará e aumentar a receita pública por meio da geração de emprego e renda neste momento de crise econômica no Brasil, o governo estadual deverá lançar em breve o Programa de Produtividade e Competitividade (PPC). Voltado às indústrias de grande porte e empresas fornecedoras de bens e serviços, o projeto visa "fechar os elos das cadeias produtivas" em médio prazo, informa a titular da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), Nicolle Barbosa.

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De acordo com a secretária, a intenção do governo é aumentar a participação do fornecimento local a indústrias consideradas âncoras, como a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), a ser inaugurada no próximo mês em São Gonçalo do Amarante, e a Vestas, fabricante de turbinas eólicas (aerogeradores) que começou a operar em Aquiraz no início deste mês.

"Vamos iniciar o projeto com a CSP e a Vestas e, depois, escolher outras empresas âncoras. Queremos que, no futuro, as indústrias cearenses comprem tudo que precisam para funcionar de fornecedores daqui, inclusive equipamentos que são fabricados fora. Isso vai ajudar a atrair novas empresas", diz Nicolle, destacando que o governo prioriza os incentivos fiscais para tornar o Ceará mais competitivo.

Capacitação profissional

Criado em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), o PPC também terá foco na capacitação profissional dos trabalhadores das cadeias produtivas. Isso será realizado por meio do Sistema S: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai);

Serviço Social do Comércio (Sesc); e Serviço Social da Indústria (Sesi); além dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia e das escolas profissionalizantes estaduais. "Essa vertente do programa, voltada à capacitação profissional, tem o objetivo de formar mão de obra qualificada para suprir a demanda dessas empresas", observa.

Segundo Nicolle, na prática, o PPC substituirá o Programa de Encaminhamento ao Trabalho (PET) e o Programa de Desenvolvimento Regional (PDR), criados pela CSP e pensados apenas para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). "O PPC é muito mais abrangente, pois pensa em todas as regiões do Estado. A partir de agora, o governo estadual assume esse compromisso, oferecendo total apoio às empresas e trabalhadores que estiverem ligadas ao programa", acrescenta.

Sala do Investidor

Para identificar que tipos de empresas fornecedoras ainda precisam ser atraídas ao Estado, a SDE anunciou recentemente a criação da Sala do Investidor, um espaço onde serão tratadas estratégias para driblar a crise econômica por meio de um sistema de inteligência competitiva formado pelas 25 câmaras setoriais e membros da SDE.

A Sala do Investidor está ligada à Nova Política de Incentivos Fiscais, que deverá ser divulgada até o fim deste mês. O foco são as regiões cearenses menos desenvolvidas, com destaque para setores como energia renovável, mineração e siderurgia.

Projetos

Como forma de potencializar o PPC, a secretária adianta que o Estado deverá "reanimar o distrito industrial do Cariri", cujo novo plano diretor já foi contratado com o intuito de atualizar as normas de urbanismo do local. Ela lembra, ainda, do projeto para a implementação do Polo Metalmecânico de Tabuleiro do Norte, no Vale do Jaguaribe. E para a criação do Condomínio Químico Industrial em Guaiúba, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

No atual momento nacional, destaca Nicolle, o governo está ainda mais atento às alternativas que podem impulsionar a economia do Ceará, cujo Produto Interno Bruto (PIB) registrou queda de 3,48% em 2015, após 12 anos consecutivos de crescimento. A indústria, setor que já sofre historicamente devido à baixa competitividade no País, caiu 4,63%.