A pesquisa que aponta a expectativa dos consumidores brasileiros para a inflação nos 12 meses seguintes recuou em abril e ficou em 5,0%. A redução foi de 0,3 ponto percentual em relação a março. É o menor nível do índice desde agosto de 2007, quando a mediana ficou em 4,9%. Na comparação com abril de 2017, houve queda de 2,5 pontos percentuais. O indicador foi divulgado hoje (20) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
O economista do instituto Pedro Costa Ferreira explica que essa queda reflete o momento de estabilidade da inflação no país. “A queda na expectativa de inflação dos consumidores está em linha com o que foi previsto em meses anteriores e reflete o momento de estabilidade da inflação. Para os próximos meses, espera-se que o indicador de expectativa de inflação continue caindo, refletindo o bom momento do nível geral de preços da economia”.
Do total de consumidores ouvidos na pesquisa, 47,1% projetaram valores dentro dos limites da meta de inflação de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional para este ano – com a tolerância de 1,5 ponto percentual, o índice ficaria entre 3% e 6% para esses entrevistados. Para 26,4% dos entrevistados o índice ficaria entre o limite inferior e a meta, que foi o intervalo mais citado. A proporção dos que indicaram inflação abaixo do limite inferior permaneceu estável, em 23,5%.
Pelas faixas de renda, as famílias com renda acima de R$ 9.600 foram as únicas que mantiveram a previsão sem recuos, com índice de 4% pelo quarto mês seguido. A maior queda ocorreu na faixa com renda familiar até R$ 2.100,00, com redução da expectativa de inflação de 6,4% em março para 5,8% em abril.
A Sondagem do Consumidor da FGV faz uma coleta mensal de informações com mais de 2.100 brasileiros em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e Recife. O quesito expectativa de inflação é respondido por cerca de 1.500 entrevistados, com uma resposta livre, sem nenhum valor sugerido.