De 10 empregos gerados no Ceará, 7 são de pequenos negócios

No primeiro semestre de 2022, esse porte gerou 19,8 mil vagas. Médias e grandes empresas geraram 8,2 mil

As micros e pequenas empresas cearenses responderam por 69% dos empregos gerados no Estado de janeiro a junho deste ano, de acordo com levantamento do Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-CE) com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Em números absolutos, as micros e pequenas empresas geraram 19.849 vagas no primeiro semestre deste ano, número resultado da diferença entre admissões e desligamentos no período. Ao todo, o mercado de trabalho formal do Ceará gerou 28.753 vagas no período.

As médias e grandes empresas (MGEs) geraram, em igual período, 8.231 vagas de emprego, enquanto a administração pública gerou 871 oportunidades. O articulador da Unidade de Inteligência Estratégica do Sebrae-CE, Felipe Melo, explica que os micros e pequenos negócios seguem consolidando “a posição de grande braço na geração de empregos”.

Ele explica que, nas médias e grandes empresas, a geração menor pode ser explicada pelo avanço tecnológico e a busca por aumento da produtividade, que não é ancorada em um volume maior de contratações, mas sim na otimização do funcionamento do negócio.

“As médias e grandes entraram em uma lógica na qual para aumentar a produtividade elas apostam na digitalização, na terceirização para aumentar a velocidade do atendimento. Esse porte não necessariamente busca aumentar a produtividade através da geração de emprego, pelo contrário”, pontua Felipe Melo.

Nos micros e pequenos negócios, porém, a ideia se inverte: para melhorar a produtividade e faturamento, esses empreendedores investem nas contratações. “As MPEs estão revertendo o cenário de demissões de 2020, 2021, e estão contratando. Desde março e abril, 70% a 80% do saldo de empregos vêm das micros e pequenas empresas. Houve uma pequena queda agora porque as grandes voltaram a contratar”.

De acordo com relatório do Sebrae, o saldo de empregos das MPEs caiu ao passar de 24.036 vagas no primeiro semestre de 2021 para 19.849 em igual período de 2022. Naquele mesmo período, as médias e grandes apresentaram perda de vagas (-310). No primeiro semestre deste ano, as MGEs tiveram saldo positivo de 8.231 vagas.

Perfil

O articulador da Unidade de Inteligência Estratégica do Sebrae-CE, Felipe Melo, detalha que 65% dos empregados nas MPEs cearenses são homens e a média salarial é de R$ 2.240. A maioria desses trabalhadores possui ensino médio completo (60%) e 45% possuem idade entre 20 e 29 anos.

Esses colaboradores foram contratados principalmente pelo setor de serviços e construção civil. O relatório do Sebrae mostra que os serviços responderam por 12.332 vagas de emprego no primeiro semestre deste ano, enquanto a construção civil foi responsável por 4.473. Em seguida aparece a indústria da transformação, com 1.351 vagas, e o comércio, com 812.

“Os pequenos estão despontando na construção civil, mas quase 80% desse porte de empresa estão no comércio e no setor de serviços”, reforça Melo.

Junho

No mês de junho, as MPEs foram responsáveis por 6.009 dos 9.605 empregos gerados no Ceará, enquanto as médias e grandes empresas responderam por 3.658 vagas. Os serviços tiveram a maior participação nos números das micros e pequenas empresas, com 2.735 vagas de emprego. Em seguida, aparece a construção (1.241) e o comércio (1.230).