Data center da Angola Cables irá operar em 2018

Empresa já tem contratos firmados com provedores que irão fornecer conexão de seus cabos submarinos

Restando cerca de um ano para dar início às operações do data center em Fortaleza e pouco menos que isso para começar as atividades do cabo submarino de fibra óptica Monet, a Angola Cables já tem parcerias firmadas com provedores, que irão comercializar a conexão da empresa ao consumidor final. O data center está previsto para ser concluído no início de 2018. A partir de então, o equipamento já deve começar a exercer sua função, de processar e armazenar dados provenientes do Monet e de cabos de outras empresas que se interessarem pelo serviço.

A respeito das empresas que já firmaram os acordos com a empresa africana para o fornecimento da conexão, o CEO da Angola Cables Brasil, Rafael Pistono, prefere não adiantar quem elas são até o início das operações do cabo Monet, que estão previstas para o fim deste ano.

O equipamento, projeto da Angola Cables juntamente com a Google, Antel e Algar Telecom, irá conectar a Capital cearense a Santos (SP) e Miami (EUA). "A gente tem alguns acordos importantes fechados, mas essa é uma informação que a gente costuma guardar até o lançamento", afirmou Pistono.

Parceiros locais

Questionado se esses provedores seriam empresas brasileiras, com atuação no Ceará, ou estrangeiras, Pistono disse o seguinte: "nós privilegiamos os provedores regionais e locais, e existem na Região Nordeste grandes provedores. É importante a gente destacar Fortaleza na parte de TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação). O Estado do Ceará é o que mais concentra empresas de Tecnologias da Informação na região Nordeste".

O CEO apresentou ontem os investimentos da Angola Cables e as potencialidades do Estado no setor no 6° Congresso RTI de Provedores de Internet, que aconteceu ontem e prossegue hoje, no Praia Centro Hotel & Convenções, na Capital.

Potenciais

"Quando falamos de energia e conectividade, a gente começa a entender o porquê dos negócios aqui instalados. Percebemos que foram feitos grandes investimentos na rede de energia. Em 2015, o Estado do Ceará aumentou a sua produção de energia elétrica, ao contrário do Brasil. Isso na área pública", destacou Pistono, acrescentando os crescentes investimentos do setor privado no segmento, englobando principalmente a geração de energia solar e eólica.

"Quando a gente olha para a conectividade, de 2010 para 2014 o Ceará teve a segunda maior taxa de municípios conectados no Nordeste e tem a maior rede de conexão pública do Brasil (Cinturão Digital), interligando 116 dos 184 municípios do Estado", acrescentou o CEO.

Investimentos

Fortaleza também será um dos pontos de conexão do cabo de fibra óptica submarino Sacs (Soth Atlantic Cable System), que irá interligar a capital cearense a Luanda, capital da Angola. O equipamento está em construção e tem previsão de operar no segundo semestre de 2018.

Além do Monet e do Sacs, cujos aportes são da ordem de US$ 110 milhões e US$ 160 milhões, a Angola Cables está investindo US$ 30 milhões em Fortaleza. O montante engloba a construção de duas estações para abrigar os cabos, o data center e a compra de equipamentos. Isso irá gerar até 40 empregos diretos e 800 indiretos até 2030 na Capital, segundo projeções da própria empresa.

Extensão

O Monet possui 10,6 mil km de extensão e capacidade de transmissão máxima de 60 terabits por segundo (Tbps). Já o cabo Sacs tem capacidade de transmissão de 40 Tbps e deverá ser o primeiro cabo submarino do Atlântico Sul que ligará Fortaleza a Luanda, com 6 mil km. O equipamento irá transmitir informações em, 63 milissegundos, velocidade equivalente a um "piscar de olhos", como disse o CEO da Angola Cables, António Nunes, em entrevista ao Diário do Nordeste no ano passado.

Os equipamentos trarão ao consumidor uma conexão mais barata, veloz e de maior qualidade em relação às atuais, segundo Rafael Pistono. "Mais do que baratear a conectividade, o que nós traremos para o consumidor é um serviço de mais qualidade e velocidade", destacou o CEO da empresa no Brasil.

Outros aportes

Além dos aportes em cabos de fibra óptica da Angola Cables, a Prefeitura de Fortaleza tem articulado parcerias na atração de mais investimentos. O Executivo municipal tem parcerias firmadas para o aporte de mais quatro cabos submarinos que interligarão a cidade de Fortaleza à América Central, Nova Iorque (EUA), São Paulo, Lisboa (Portugal) e Kribi (Camarões).

Os investimentos da Angola Cables são apenas os primeiros previstos para o chamado Parque Criativo e Tecnológico de Fortaleza, na Praia do Futuro, cuja área foi delimitada em 3,85 km² pela Prefeitura.

Segundo estudo da empresa africana, a consolidação do Parque, que abrigará várias empresas do segmento, trará um incremento de R$ 1 bilhão ao Produto Interno Bruto (PIB) do Estado do Ceará em 2055.