Victor Martins tem formação como técnico de informática e é graduado em Sistemas e Mídias Digitais, mas hoje atua com edição de vídeo. De acordo com ele, agora faz o que realmente "nasceu para seguir". Nem se imagina em outro cenário. Apesar da aparente proximidade entre as áreas, as habilidades que exerce no trabalho atual foram desenvolvidas por meio de uma iniciativa social. "Abriu a minha visão. Trabalhar com uma coisa que eu amo sempre foi o meu sonho", diz.
O editor de vídeo fez parte das primeiras turmas do Projeto Educação para Artes Digitais Animadas (Epada) quando ainda estava no início do curso de técnico em informática. Foi ali que se viu diante de um novo horizonte profissional e, acima disso, de uma paixão. As atividades realizadas ao longo do projeto também acabaram despertando o mesmo sentimento em outros jovens. Alguns ainda no ensino médio vivenciaram, por meio das artes digitais, a máxima de que a educação pode levar muito além.
A edição de vídeo foi um dos temas abordados ao longo de oito anos de projeto. Com a evolução da iniciativa - e da tecnologia, o Epada, que começou com 30 alunos e na última turma contou com 60 participantes, passou a trabalhar outros temas como computação gráfica, animação digital e programação.
Um dos mais recentes frutos é um aplicativo de realidade virtual sobre o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). O app está disponível para download gratuito na Google Play e foi desenvolvido pelos alunos juntamente com os professores. Foi até apresentado em uma das usinas que integra o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).
Coordenador do projeto, Cláudio Martins já trabalhava na área de artes digitais ao lado da esposa, Raquel Garcia, idealizadora do Epada. "Ela veio com a ideia do projeto e formatamos juntos". Com uma oferta bem maior de cursos em artes digitais em Fortaleza e poucas oportunidades no interior do Estado, surgiu a ideia de levar a atividade para São Gonçalo do Amarante, mas de forma gratuita.
O projeto é amparado pela Enel Geração Fortaleza, empresa do Grupo Enel, por meio de Lei de Incentivo Fiscal. O apoio financeiro permite que a iniciativa mantenha a remuneração dos quatro professores que ministram os cursos. Cada turma tem duração de cerca de quatro meses.
Para que as aulas ocorram da melhor forma, Cláudio afirma que também é necessário muito envolvimento. Semanalmente, equipamentos como computadores, por exemplo, são transportados até São Gonçalo. Os cursos são ministrados em escolas estaduais. Atualmente, uma parceria é mantida com a escola Waldemar de Alcântara, no município cearense. "Nós mandamos o projeto, eles analisam e cedem o espaço por um tempo determinado", explica Cláudio.
"A gente acaba sendo um gatilho positivo. Os professores dão o exemplo e é incrível ver os alunos crescerem dentro do projeto", diz, sobre o contato dos alunos com o universo das artes digitais.
Os interessados em participar das palestras de seleção de alunos devem acompanhar a divulgação das datas nas redes sociais do Epada.
Serviço
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