As exportações das empresas cearenses caíram 40,1% no mês de abril em comparação ao mês anterior. Os setores que mais influenciaram a queda foram a indústria de transformação (42%) e agropecuária (28%). A constatação é proveniente da pesquisa elaborada pela Diretoria de Estudos Econômicos (Diec) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
O estudo também mostra que, para o mesmo período, o valor referente às importações também teve queda (39%), influenciada pela redução nos três setores: indústria extrativa (46%); indústria de transformação (45%) e agropecuária (29%). Na comparação com o ano anterior, o valor das exportações cearenses registrou queda de 29%, enquanto o das importações caiu 20%.
Abril foi o mês que mostrou maior intensidade na perda das transações comerciais no período de pandemia, sendo, portanto, o indício para uma situação mais crítica do comércio exterior cearense.
Acumulado no ano
Até agora, no acumulado de 2020, as exportações cearenses movimentaram US$ 682 milhões, registrando queda de 7,4%, frente ao mesmo período de 2019 (US$ 737 milhões), ficando, porém, um pouco acima do registrado em 2018 (US$ 639 milhões).
Já as importações apresentaram crescimento de 23,3% nos primeiros quatro meses de 2020, atingindo o montante de US$ 826 milhões, valor superior ao observado no mesmo período dos anos de 2018 e 2019.
Os valores, tanto das exportações como das importações, tiveram crescimento expressivo, o que amenizou o impacto negativo no acumulado do ano. O saldo da balança comercial no acumulado foi negativo (US$ 144 milhões) tendo em vista o elevado valor das importações.
O analista de políticas públicas do Ipece, Alexsandre Lira, afirma que a taxa cambial atingiu o maior valor nominal (R$ 5,3250),reflexo da incerteza econômica que influencia o aumento desde o final do ano passado e foi agravado com a pandemia.
“Muitas empresas não estão conseguindo exportar, dificultando ainda mais a entrada de dólares no país. Pela lado das importações, é possível que haja uma antecipação, por parte dos importadores, da compra do dólar diante das incertezas futuras”, explica o especialista.