Os fortalezenses tiveram que destinar mais dinheiro para os gastos com alimentação em setembro. No mês, a soma dos 12 itens que compõem a cesta básica ficou 5,11% mais cara, de acordo com a pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e divulgada nesta terça-feira (6).
Na passagem de agosto para setembro, a cesta básica em Fortaleza sofreu um aumento de R$ 23,62, indo de R$ 462,13 para R$ 485,75. Todos os 12 itens pesquisados pelo Dieese registraram altas, no entanto, o óleo e o arroz, foram os itens que tiveram as maiores altas, com elevação de 32,63% e 24,12%, respectivamente.
Veja o preço dos itens da cesta básica:
Carne (4,5kg): R$ 157,23
Leite (6L): R$ 28,74
Feijão (4,5kg): R$ 33,21
Arroz (3,6kg): 19,04
Farinha (3kg): R$ 11,49
Tomate (12kg):R$ 62,28
Pão (6kg): R$ 75,00
Café (300g): R$ 5,29
Banana (7,5 dz): R$ 42,38
Açúcar (3kg): R$ 8,43
Óleo (900ml): R$ 6,95
Manteiga (750g): R$ 35,71
A pesquisa também aponta que os alimentos estão mais caros do que no início da pandemia. Em março, a soma dos itens custava R$ 475,11. Se comparado a setembro do ano passado, o valor é ainda menor, pois a soma dos 12 itens estava estimada em R$ 384,17.
Análises
O supervisor técnico do Dieese no Ceará, Reginaldo Aguiar, pontua que a carne tem sido um dos itens que mais pesam no orçamento das famílias. No mês, o alimento teve alta de 4,74%.
Além disso, ele aponta que a flutuação do preço da carne tem representado a "extensão dos fatores vistos em 2019", quando a alta demanda do mercado internacional causou o desabastecimento interno.
"A carne é um item que, desde o fim de 2019, tem tido o preço afetado pelo aumento das exportações, que desabasteceram e encareceram o produto dentro do mercado interno .Os produtores falam que os preços vão continuar altos, porque até a compra de animais está dificultada. Então, a expectativa é que, enquanto se tiver aumento nas exportações, e o dólar mais caro, nós ainda tenhamos preços elevados", comenta.
Orçamento
Ainda de acordo com a pesquisa, um trabalhador que recebe um salário mínimo líquido, sendo retirado o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, teve que comprometer cerca de 50,25% do total para conseguir adquirir os 12 itens da cesta básica.
Em agosto, esse percentual havia sido de 47,81%.
Já em relação ao gasto médio de uma família padrão, que contém dois adultos e duas crianças, o gasto médio com alimentação foi de R$ 1.457,25. Considerando o valor e, tomando como base o salário mínimo vigente no país (R$ 1.045) – corresponde a uma jornada mensal de trabalho de 220 horas –, pode-se dizer que o trabalhador teve de despender 102h e
16 minutos para gastos com alimentação.
Projeções
Aguiar pontua ainda que se o cenário de exportações e o valor do dólar for mantido, os preços devem se estabilizar no atual patamar. "Se o dólar se manter, as exportações se mantiverem, somado ao fim de ano, que ninguém sabe se até lá os eventos estarão abertos, a estimativa é que os preços se estabilizem no patamar que estão. O que é muito ruim, pois eles já estão nesse patamar que é muito alto", pontua.