Cesta básica: Bolsonaro pede 'patriotismo' a supermercados

Presidente pediu a associação que estabelecimentos baixem os preços

Com receio do risco de inflação, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem (4) que tem buscado conversar com associações de supermercados para tentar baixar os preços de produtos que compõem a cesta básica. Ele ponderou que não pretende dar "canetada em lugar nenhum", nem interferir na área econômica.

"Está subindo arroz, feijão? Só para vocês saberem, já conversei com intermediários, vou conversar logo mais com a associação de supermercados", disse o presidente.

"Estou conversando para ver se os produtos da cesta básica aí... Estou pedindo um sacrifício, patriotismo, para os grandes donos de supermercados para manter na menor margem de lucro", afirmou.

Apesar de a inflação oficial do País acumular alta de pouco mais de 2% nos últimos 12 meses, os produtos que compõem a cesta básica estão 14,72% mais caros que há um ano na Capital, segundo pesquisa divulgada ontem (4) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A alta no período foi puxada pela elevação dos preços do feijão (44,89%), do óleo (38,99%) e da carne (38,65%).

Conforme o levantamento, somente em agosto, a alta foi de 1,63%, a R$ 462,13. Tomando como base o salário mínimo de R$ 1.045 (valor correspondente a uma jornada mensal de trabalho de 220 horas), pode-se dizer que o trabalhador precisou desprender 97h e 17 minutos de sua jornada de trabalho mensal para adquirir a alimentação básica, aponta a pesquisa do Dieese.

Supermercados

Na quinta-feira (3), a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) disse que o setor tem sofrido forte pressão de aumento nos preços. "Isso se deve ao aumento das exportações destes produtos e sua matéria-prima e a diminuição das importações desses itens", disse a Abras em comunicado.

"Somando-se a isso a política fiscal de incentivo às exportações, e o crescimento da demanda interna impulsionado pelo auxílio emergencial". A Abras comunicou à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) sobre os reajustes de preços de itens como arroz, feijão, leite, carne e óleo de soja. A associação afirmou que a motivação foi de buscar soluções com os participantes da cadeia de fornecedores.