O atendimento nas agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do Brasil tem sido vagaroso. No Ceará, a situação não é diferente. Em 2018, um total de 1.040 servidores públicos faziam parte do quadro de funcionários da Capital e Região Metropolitana. Mas atualmente as regiões contam com apenas 630 profissionais para dar suporte. Conforme sindicato da categoria, profissionais estão sobrecarregados com a alta demanda de solicitação de benefícios. Sistema de agendamentos e forma de análise de pedidos também contribuem para demora.
De acordo com Neirenoi Fortaleza, diretora de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho Previdência Social no Estado do Ceará (Sinprece), no ano passado 410 profissionais se aposentaram, mas as vagas não foram preenchidas, o que comprometeu o quadro de servidores nas agências.
"Os setores estão todos sobrecarregados, as pessoas estão trabalhando além da capacidade operacional. A demanda é muito grande e a gente não tem como suprir uma quantidade tão grande de aposentadorias de servidores, que tiveram no ano passado. Essa situação acontece de mês a mês", declara.
Em uma reportagem publicada no Diário do Nordeste no início deste ano, uma fonte anônima que tem acesso ao sistema do INSS afirmou que, só nas agências de Fortaleza, são pelo menos 97 mil pessoas aguardando na fila para terem seus pedidos de benefícios analisados.
Suporte questionado
O Governo Bolsonaro ainda anunciou que sete mil militares da reserva poderão ser contratados temporariamente para atendimento nas agências do INSS. Contudo, a categoria de servidores públicos pondera que a medida poderá prejudicar ainda mais a situação. "Nós precisamos sim de reforço, mas que seja qualificado. Você já imaginou se a gente tivesse em uma guerra e o Governo mandasse servidores do INSS para a batalha, sem treinamento? As atividades exigem conhecimento da legislação previdenciária. Não é algo simples que você coloca uma pessoa em balcão para atender, não é só distribuir senhas", diz Neirenoi.