O consórcio responsável pelas obras de requali-ficação da Rodovia Quarto Anel Viário deve ganhar um novo integrante. Uma quarta empresa irá compor o grupo após a Construtora Souza Reis, majoritária no consórcio, pedir recuperação judicial. De acordo com o titular da Superintendência de Obras Públicas (SOP) do Estado, Quintino Vieira, em no máximo dez dias as obras terão o ritmo retomado.
Por ter recursos do Governo Federal, a SOP precisava de autorização da União para legalizar o acréscimo de uma quarta empresa no consórcio, permissão que foi dada na semana passada pelo diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o general Santos Filho.
Atualmente, o processo de inclusão está na Procuradoria Geral do Estado do Ceará (PGE-CE), que deve dar o aval até amanhã (31), conforme prevê Vieira.
"O setor jurídico da SOP já está ciente que tem de dar velocidade a esse processo. Se tudo ocorrer como vem ocorrendo, na próxima semana as obras já retomam com a quarta integrante do consórcio", estima o superintendente.
Ele ainda prevê que a obra deva ser concluída entre agosto e outubro deste ano. "Em termos de logística, o Anel Viário é uma das prioridades do governador Camilo Santana", aponta. Cerca de R$ 47 milhões ainda serão destinados ao projeto até a conclusão.
A liberação de viadutos e alças serão as primeiras etapas a serem entregues, de acordo com Vieira. "Porque vai tirar o volume de fila que ali estava, para que a gente dê melhores condições de circulação", explica.
Um dos pontos mais críticos, as alças do viaduto que dá acesso a CE-065, já estão 60% executadas, segundo Viera. "Quando essas alças forem concluídas, eu tiro o trânsito de tudo que é lado, boto dentro dessas alças e vou trabalhar 100% em cima do viaduto", ressalta.
O presidente da Câmara Setorial de Logística (CSLog), Marcelo Maranhão, lembra que o novo cronograma vai depender da quadra chuvosa.
"Se a gente tiver uma quadra invernosa muito pesada, esse cronograma vai atrasar fatalmente, e independe da vontade de quem for. Mas se for normal ou moderada - que não é o bom pra gente, pois precisamos pensar também na reposição de águas no mananciais - pode ser que se cumpra, mas tudo isso vai depender da intensidade das chuvas".
CE-155
Também prioridade, a CE-155 tem um novo prazo para a conclusão da duplicação: dezembro deste ano. A rodovia atual também receberá a operação Tapa Buraco, a fim de dar condições mínimas de trafegabilidade até o Porto do Pecém. O titular da SOP garantiu que a equipe ficaria de forma exclusiva na rodovia para reparar qualquer buraco que apareça até conclusão das obras.
Apesar das medidas, empresários têm feito críticas ao projeto da duplicação. O presidente da Associação das Empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Aecipp), Ricardo Parente, revela que consultoria contratada pela entidade constatou diversas inconsistências, como o diâmetro de retornos.
"Uma coisa é hoje, outra coisa é o futuro. Hoje, nós temos empresas que têm demandas de melhorias, imagine para o futuro, outras empresas que venham para cá com outras demandas que precisam de um retorno melhor. E aí? Todo ano vamos modificar a estrada? Tem que pensar em um projeto maior", cobra.
O representante de uma fabricante de pás eólicas reforça o posicionamento destacando que, com o projeto atual, os veículos da empresa terão de ir até o Porto para fazer o retorno para escoar as pás que irão para o mercado nacional.
De acordo com Quintino Vieira, modificações profundas no projeto podem atrasar a conclusão da duplicação em até um ano.
Sobre o retorno das pás eólicas, o superintendente revela que um esquema nos moldes do que acontece em rodovias federais será feito para essas situações, com o bloqueio temporário das faixas na contramão.