Apesar do desempenho positivo de muitos setores produtivos do agronegócio no Ceará, como a pecuária leiteira e a criação de camarões, alguns dos segmentos da agropecuária no Estado estão seriamente impactados pelos três anos seguidos de estiagem e necessitam de medidas urgentes para mitigarem os efeitos que a falta de água causou.
Na análise do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Flávio Saboya, inicialmente, é necessária uma ação orquestrada que se concentre na quebra de resistência do homem, e ele passe a trabalhar com tecnologias e inovações de convivências com a seca.
Saboya recomenda a elaboração e, principalmente, execução de um programa especifico voltado para a reserva alimentar animal, juntamente, com o seguro seca, destinado às atividades econômicas desenvolvidas no semiárido brasileiro e, lógico, no Ceará também.
"São ações que eliminarão definitivamente a problemática das secas", defende.
Leite como exemplo
Para o presidente da Faec, os resultados positivos da pecuária leiteira devem servir de exemplo a outros negócios do campo. "Consideramos uma vitória e um significativo indício para essa atividade (pecuária leiteira), que começa a criar instrumentos de convivência com a seca, ou seja, com a reserva alimentar animal (feno, silagem e produção irrigada), onde há disponibilidade hídrica", explica.
Em relação à ovinocaprinocultura, Saboya diz que atividade ainda é muito dependente de pastos nativos. Por isso ela enfrenta os costumeiros reflexos da seca, com a redução de rebanhos e, consequentemente, a diminuição da oferta de carne dessa espécies no mercado.
A apicultura, segundo ele, vem se reduzindo nestes três anos de seca, face a pouca florada, o que prejudica a sobrevivência das colmeias.
A aquicultura, que depende essencialmente de água, também continua a sofrer com a redução das reservas hídricas, como consequência da seca.
Agricultura
Uma das atividades da mais alta importância no segmento agrícola, conforme destaca Saboya, a fruticultura irrigada já começa a sofrer os reflexos da redução hídrica nas grandes barragens. O perímetro irrigado Curu-Paraipaba já teve o seu abastecimento hídrico suspenso com reflexos na cultura do coco, que tem o Ceará como o segundo maior produtor do Nordeste. (AC)