O valor bruto da produção agropecuária (VBP) deve registrar, em 2020, um crescimento de 8,5% na comparação com com 2019, e chegar a R$ 703,8 bilhões, segundo dados atualizados em maio pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Segundo o coordenador-geral de Avaliação de Políticas e Informação da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, José Garcia Gasques, o resultado recorde foi obtido graças à safra de grãos, estimada em 250,5 milhões de toneladas, bem como aos preços agrícolas e ao “desempenho favorável de algumas lavouras, como o café e a cana-de-açúcar”.
De acordo com o ministério, as lavouras registraram alta de 11%, com R$ 469,8 bilhões. Já a pecuária cresceu 3,9% no ano, chegando a R$ 234 bilhões em 2020. Também apresentaram “fortes elevações” os preços do milho (19,7%), soja (11,8%) e o café arábica (20,4%). Café, milho e soja representam 57,8% do valor bruto das lavouras.
Exportações
Segundo a Conab, as exportações acumuladas de soja, de janeiro a maio, bateram recorde para o período, chegando a 48 milhões de toneladas. “Outros produtos, como laranja, arroz, feijão, tomate e trigo, experimentam aumentos de preços nesse período, porém a fonte dessas altas está ligada ao mercado interno”, informou, em nota.
Outro fator favorável para o setor foi a alta do dólar, que acabou por colocar os preços domésticos “em patamares elevados”. De acordo com a pasta, o mercado internacional tem refletido também na pecuária, elevando os preços de carnes bovina e suína, na comparação com o ano passado.
O VBP é atualizado mensalmente. Seu cálculo é efetuado para os estados e regiões brasileiras, com dados de 21 produtos de lavouras e cinco atividades da pecuária. O índice é obtido pela multiplicação da quantidade produzida pelo preço recebido pelo produtor.
De acordo com o levantamento, um “grupo reduzido de produtos” está com desempenho “pouco favorável” – caso da banana, da batata-inglesa, uva, carne de frango e leite.
“Entre estes, o leite é o único que tem sido mencionado como um dos que está sendo afetado pela pandemia do novo coronavírus [covid-19]”, explica o coordenador do Ministério.