A depender do bairro, seguro do carro pode ser até 36% mais caro em Fortaleza

"Quando o cliente quer contratar um seguro de uma caminhonete e mora na Parquelândia, na Bezerra de Menezes ou redondezas, acaba pagando mais caro do que alguém que mora na Aldeota", analisa corretor

O endereço residencial e comercial refletem diretamente na precificação de um seguro, já que as seguradoras baseiam-se em estatísticas de roubos e furtos frequentes na cidade e por bairro ligados ao modelo de cada veículo. 

Se existem mais acidentes, roubos ou furtos, as seguradoras precificam esse risco. 

"O furto e roubo pode representar em alguns casos mais de 50% do valor do seguro. O comércio de peças através de desmanches ilegais também aumenta o roubo e furto", destaca Emir Zanatto, da TEx, empresa de tecnologia que faz cotações em seguradoras para corretores.

Os valores, como no caso do Jeep Renegade para homens, podem ser até 36% maior, a depender do bairro da Capital.

METODOLOGIA DA PESQUISA

Quais bairros e carros analisados - A metodologia considerou sete bairros de Fortaleza para residência (utilizando dois CEP cada para comparação da Aldeota, Cocó, Meireles, Messejana, Centro, Parangaba e Mondubim) e uma mesma caixa postal para comercial (Centro). Além disso, utilizou dez modelos de carros, entre eles os sete mais vendidos em 2018.

Qual o perfil analisado - O perfil do motorista foi homem e mulher de 35 anos casado, sem filhos e com garagem em casa e no trabalho, que contrata o seguro pela primeira vez. A análise foi realizada pela Bidu no dia 23 de janeiro.

 
Seguro automotivo: levantamento
Infogram

Por exemplo, em Fortaleza, segundo o corretor Leniebson Rocha, entre as caminhonetes, a picape da Toyota: a Hilux, é a mais visada. Entre os compactos, está o Hyundai HB20 e o Fiat Uno. Já dentre os sedans, o Toyota Corolla dispara com um índice alto de roubos na cidade.

"Quando o cliente quer contratar um seguro de uma caminhonete e mora na Parquelândia, na Bezerra de Menezes ou redondezas, acaba pagando mais caro do que alguém que mora na Aldeota. Alguns bairros como Maraponga, os seguros de alguns automóveis são mais caros. Na Parangaba, no Papicu, o seguro é mais caro para alguns como Corolla", pontua o corretor Leniebson Rocha.

O seguro do carro fica mais barato no ano seguinte ao contrato?

Tanto no ato do primeiro contrato como a cada renovação do seguro, o perfil do condutor e do motorista é analisado antes da precificação do seguro automotivo. 

Caso o endereço residencial e comercial mantenha-se o mesmo, assim como o carro em posse, mesmo que o preço de venda do veículo tenha diminuído, isso não significa que o seguro fique mais barato. O mesmo vale para uma avaliação de um seminovo no primeiro contrato.

Muitas vezes o consumidor acha que o automóvel um pouco mais velho, o valor de mercado é menor, então o seguro é mais barato. Não é bem assim, pondera o corretor Leniebson Rocha.

"Se o cliente bate um zero ou usado, a seguradora vai ter que reparar os dois com peças novas e usando mão de obra de qualidade para que ambos os veículos tenham a mesma garantia e condição de uso", destaca Rocha.

Além disso, a cada ano há outras variáveis que encarecem o preço do seguro. "Por exemplo, a mão-de-obra para se consertar um automóvel sobe a cada ano porque o salário sobe. O preço das peças de um carro importado subiu porque o dólar subiu. Então, toda a cadeia continua tendo elevação de preço ano a ano por conta de inflação", explica.

Bônus na política do preço do seguro

Para completar, é visto também o histórico do condutor, como acidentes de trânsito. Se não tiver nenhum uso do seguro, o motorista recebe um bônus da seguradora. No entanto, devido aos ônus citados de elevação por mão-de-obra e peças, por exemplo, a bonificação vem para equiparar os aumentos de preços que o segurado sofreria. 

"O bônus é fundamental para o cliente renovar o seguro com um preço melhor do que um contrato novo. Sempre vai ser mais barato. Com acúmulo do bônus, a cada ano que vai renovando e não tendo sinistro, o seguro efetivamente vai ficar bem mais barato que um novo. Chega às vezes até ser metade do preço", pontua Leniebson.