O tratamento para queimaduras com pele do peixe tilápia, que tem o Ceará como estado pioneiro, foi destaque no 6º episódio da série de TV ‘The Good Doctor’.
Ainda inédita no Brasil, a série aborda a rotina do jovem cirurgião Shaun Murphy, que foi diagnosticado com autismo e síndrome de Savant. Trabalhando no hospital San Jose St. Bonaventure, ele busca saídas para tratar os pacientes e desafiar o ceticismo dos colegas.
No episódio em que o tratamento com pele de tilápia é citado, um dos médicos da equipe, identificado por Jared Kalu, tenta salvar a vida de uma mulher atingida por queimaduras de 2º e 3ª graus. Ela está com um grave ferimento no pescoço quando o personagem sugere o tratamento experimental com a pele do peixe.
Na ocasião, ele cita que o tratamento já feito em um centro de saúde chamado de Hospital Comunitário de San Diego, mas que já havia sido utilizado em um hospital brasileiro, sem citar o nome da unidade. Porém, o chefe do médico reluta em aceitar a saída proposta por Kalu, mesmo ele justificando que o recurso diminuiria as dores e evitaria infecções.
Mais na frente, o trecho do episódio acaba mostrando que a pele de tilápia será usada. Veja:
Sobre o tratamento
A pele de tilápia tem como vantagem a diminuição dos procedimentos de troca de curativos, o que acarreta menos dor e desconforto ao longo do tratamento. Outro benefício é que a pele animal tem maior quantidade de colágeno dos tipos 1 e 3, proteínas importantes no processo de cicatrização. O uso da pele de tilápia também evita contaminação bacteriana e perda de líquidos por exsudato, secreção de natureza inflamatória.
O estudo, desenvolvido pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e já utilizado pelo Instituto Dr. José Frota, foi o primeiro feito com um animal aquático do mundo e tem a direção do médico e professor Odorico de Moraes, coordenador do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM); coordenação médica de Edmar Maciel, presidente do IAQ; e coordenação de enfermagem de Cybele Leontsinis, do Centro de Tratamento de Queimados do IJF. A idealização do projeto é do médico pernambucano e cirurgião plástico Marcelo Borges.