A segunda onda de casos confirmados de Covid-19 em Fortaleza cresceu a partir da transmissão do vírus iniciada entre jovens residentes em bairros nobres da capital, como Aldeota, Meireles e Papicu. A informação consta no boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), divulgado nesta sexta-feira (8).
A maioria das infecções no mês de dezembro do ano passado, por exemplo, ocorreu entre pessoas de 20 a 39 anos (47%), enquanto entre os idosos essa taxa ficou abaixo de 20% no mesmo período.
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Desde o mês de outubro do ano passado, observa-se o retorno do crescimento de casos da doença com mais intensidade em Fortaleza. Já neste mês, conforme a análise da SMS, os bairros de alto e muito alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) concentrava o maior aglomerado de infecções.
Em novembro e dezembro, os casos permaneciam com maior evidência nas mesmas áreas, mas dessa vez já com dispersão em áreas periféricas de todas as regionais de Fortaleza.
"Sumarizando, a segunda onda do ciclo epidêmico cresceu a partir de cadeias de transmissão iniciadas entre jovens dos bairros mais favorecidos do município", aponta a SMS.
Conforme o boletim, existe o risco da disseminação da doença para outras regiões da cidade, entretanto, a propagação ainda não aconteceu devido a uma maior barreira imunológica entre os habitantes mais afetados pela primeira onda, que não puderam praticar um isolamento social completo.
Uma menor mortalidade observada agora relaciona-se à maior contaminação de jovens, entre os quais o risco de complicações é consideravelmente reduzido.
Até a noite desta sexta-feira (8), o Ceará registra 343.887 casos confirmados de Covid-19 com 10.137 óbitos pela doença. São 35.990 casos em investigação. O Estado já aplicou 1.338.025 exames para detectar o novo coronavírus. O número de pessoas que já se recuperaram da doença é de 274.636.