O Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, será marcado por uma semana de eventos e atividades ao redor do mundo, que visa o fomento de políticas voltadas à preservação ambiental. No Ceará, uma programação virtual - promovida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (TRT/CE) e pela Rede de Sustentabilidade Ecos - se inicia a partir desta segunda-feira (31).
O encontro vai focar na gestão de resíduos sólidos no Estado e nos impactos ambientais ocasionados por eles, com fornecimento de estratégias e soluções. Além disso, a semana pretende abordar o Índice de Desempenho de Sustentabilidade (IDS) e as práticas do Plano de Logística Sustentável (PLS), seguindo até o Dia Mundial dos Oceanos, em 8 de junho.
A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) também informou que irá realizar eventos sobre o tema durante todo o mês de junho. No entanto, a programação oficial ainda não foi divulgada até a publicação desta matéria.
Segundo a bióloga e membro do Instituto Verdeluz, Liana Queiroz, a data é um convite para lembrar que a viabilidade da sociedade - isto é, se o planeta vai permanecer habitável nos próximos anos - só será possível “dentro de um contexto de preservação dos nossos recursos naturais e de justiça ambiental para todas as pessoas”.
No cenário de emergências climáticas que estamos vivendo, em que temos poucos anos para reverter os efeitos catastróficos das mudanças climáticas, ações urgentes e expressivas para descarbonizar a economia são, inclusive, uma questão de justiça para as gerações futuras”
A bióloga ressalta que, possivelmente, o maior desafio seja evitar drásticas alterações no clima global atualmente, sendo necessário, assim, “diminuir a demanda por recursos naturais do planeta; realizar uma verdadeira transição energética para as energias renováveis; e conter a devastação dos ecossistemas''.
Além disso, o ano de 2021 inicia a Década da Restauração de Ecossistemas, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o intuito de “intensificar a restauração de ecossistemas degradados, combater a crise climática, melhorar a segurança alimentar e fortalecer a biodiversidade”, conforme esclarece a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Dados
Neste cenário, somente em 2020, o Brasil registrou 10.851 km² de desmatamento na região da Amazônia Legal, refletindo um aumento de 7,12% em relação a 2019. As informações são do monitoramento da plataforma Terra Brasilis, vinculada ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O maior índice ocorreu no Pará, com 4.899 km² desmatados; seguido do Mato Grosso (1.779 km²); Amazonas (1.512 km²); Rondônia (1.273 km²); Acre (706 km²); Maranhão (336 km²); Roraima (297 km²); e Tocantins (25 km²).
Questão ambiental no Ceará
De acordo com o secretário Artur Bruno, da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), o Governo do Estado tem priorizado políticas ambientais nos últimos anos, “basta ver que hoje um dos [nossos] grandes projetos econômicos são as energias renováveis, sobretudo o incentivo à criação de usinas eólicas e fotovoltaicas”.
Artur Bruno destaca ainda que o governador Camilo Santana tem se dedicado à criação de unidades de conservação. “Em 2015, o Estado tinha 24 unidades e nós vamos concluir o governo, no final de 2022, com 41. Então, quase que nós dobramos elas, e a grande estrela é o Parque Estadual do Cocó”.
Em relação ao Parque do Cocó, o secretário pontua também que, na terça-feira (1), será anunciado o aumento de mais 10 hectares no local, que passará a ter um total de 1.581 hectares. “Foi uma luta de 40 anos com a sociedade para conquistar esse parque e, hoje, é uma realidade”.
Além disso, o gestor relata que o Ceará tem captado investimentos de grandes multinacionais para o desenvolvimento do hidrogênio verde - tipo de combustível obtido por meio de fontes renováveis, sem a emissão de carbono -, o que irá ajudar, ainda mais, no desenvolvimento sustentável da região.
[Ele] será exportado sobretudo para a Europa, mas também para outros continentes, então, o Ceará hoje é o estado mais avançado nesse tipo de investimento”
Por fim, Artur Bruno pontua que o Governo do Estado busca investir também nas políticas de resíduos sólidos dos municípios, bem como no programa Cientista Chefe, o qual tem realizado inventários da fauna e da flora cearense.
“Isso é importantíssimo para a política de preservação, pois nós vamos saber quais os animais e vegetais que estão ameaçados ou em extinção. Algo fundamental para o licenciamento ambiental e para as políticas específicas de preservação”, conclui.