Em esclarecimento à Polícia Civil, o engenheiro e proprietário da Alpha Engenharia, José Andreson Gonzaga dos Santos, afirmou que a reforma no Edifício Andrea começaria em 15 de outubro, mesmo dia em que a estrutura desabou. Contratado para o serviço, José Andreson aparece como responsável pelas obras na Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), documento necessário para executar uma obra do tipo. Moradores do Andrea, contudo, contrastam a versão do engenheiro, alegando que a reforma já teria começado em 14 de outubro.
José Andreson compareceu voluntariamente na Polícia no mesmo dia do desabamento. Ele afirmou que os serviços foram autorizados pelo condomínio em 14 de outubro, quando foi feito o pagamento da ART. No mesmo dia, ele esteve no edifício com funcionários para deixar materiais e equipamentos para a obra. Os trabalhos teriam início no dia seguinte e, segundo Andreson, o desmoronamento ocorreu aproximadamente 20 minutos depois da emissão da ART.
A versão de moradores do prédio, contudo, aponta que a reforma teve início ainda no dia 14. O advogado Paulo Martins Bezerra, que morava no primeiro andar, conta que observou as mudanças nas colunas de sustentação. "Eu ainda reclamei daquele serviço. O cara descascou todas as colunas. Cinco colunas. Quando ele foi mexer no pilar principal, deu um papoco e os ferros estouraram, e o prédio desceu", conta.
Alegou ainda que conversou com um outro engenheiro que também morava no prédio sobre os reparos. "Ele me disse que no prédio de um colega dele, demoraram 60 dias para fazer o que foi feito aqui em poucos dias desde o começo da obra".
Avaliação
José Andreson estava no térreo do prédio no momento do desabamento, com um outro engenheiro e um pedreiro. Todos sofreram escoriações, mas nenhum chegou a ficar debaixo dos escombros.
O envolvimento da Alpha Engenharia com a reforma do Andrea iniciou-se em 21 de agosto. Segundo Andreson, nesta data ele presenciou que "os pilares já demonstravam as ferragens com nível de corrosão muito alto". A síndica, Maria das Graças Rodrigues, teria dito contudo que o serviço da recuperação dos pilares e das vigas já havia sido executado anteriormente por um outro pedreiro. O engenheiro relatou ainda que o aço das colunas estava completamente comprometida com ferrugem.
Um orçamento no valor de R$ 22.200 foi feito para a recuperação dos pilares e das vigas do condomínio.