O avanço do novo coronavírus no Ceará, principalmente em Fortaleza, tem exigido preparo não apenas do sistema de saúde, mas, infelizmente, do funerário. Com o aumento de mortes por Covid-19, a Prefeitura de Fortaleza terá capacidade de ampliação de 4.753 jazigos e 18.144 ossuários no Cemitério Público Municipal Bom Jardim, a fim de impedir um colapso e a falta de vagas. A licitação foi aberta nessa semana na Central de Compras do Município, com orçamento previsto de R$ 5.234.476,30.
[Atualização às 20h25, de 30/04/20] O Sistema Verdes Mares noticiou anteriormente que cemitério do Bom Jardim terá quase 23 mil novas unidades para sepultamento. A informação correta é de que a Prefeitura de Fortaleza faz licitação para mais 18 mil ossuários e 4 mil jazigos no Cemitério Bom Jardim.
As novas unidades para sepultamento devem ficar prontas, conforme crescimento da demanda, em até 90 dias após o início das obras, ainda sem data definida. Nessa semana, nove coveiros serão contratados para reforçar o efetivo.
A capacidade de ampliação do equipamento é de até 18.144 unidades de ossuários, para depósito de restos mortais de corpos enterrados há mais de cinco anos, com investimento de R$ 1.763.186,34. Já os jazigos, monumentos no espaço do sepultamento, podem ser ampliados em 4.753, distribuídos entre 495 para adultos, 132 para crianças, 66 do tipo especial (para pessoas de maior porte) e 99 para membros (partes do corpo amputadas e que precisam ser enterradas por procedimento). O total gasto será de R$ 3.471.289,96.
As quantidades de vagas criadas devem variar de acordo com a demanda, como explica Renato Lima, titular da Secretaria Municipal da Gestão Regional. “É importante que fique muito claro que o nosso esforço é para que as pessoas sobrevivam. Precisamos estar preparados para uma necessidade, que ainda não chegou, de ampliação das vagas de sepultamento”.
Renato destaca que no Cemitério Bom Jardim são realizados 15 sepultamentos por dia, em média, quantitativo que "não variou muito" com os registros de mortes por covid-19, chegando a 20 sepultamentos em alguns dias. O aumento proporcionalmente tímido em relação ao número de óbitos pela doença se deve a fatores como a queda de mortes no trânsito, associada à diminuição da circulação de veículos pelo isolamento social.
O efetivo de coveiros do cemitério público também deve ser ampliado, assim como nos outros cinco equipamentos públicos. "EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para os coveiros, máscaras de acrílico, distribuição de urnas para famílias que precisam porque 10% dos sepultamentos acontecem com caixões doados pela Prefeitura", acrescenta Renato.
A Prefeitura afirma no documento licitatório que Fortaleza é a cidade com maior número de casos de covid-19 do Nordeste, “motivo pelo qual se impõe o acompanhamento constante da situação do cemitério Parque Bom Jardim, para evitar a falta de leitos para sepultamento". As obras serão administradas pela Secretaria da Regional V.
Outros cemitérios
Foi solicitado pela gestão municipal um estudo sobre o atendimento dos cemitérios do Antônio Bezerra, São Vicente de Paula, São José e anexo, Messejana e Parque Bom Jardim, com maiores registros de superlotação. Dos seis equipamentos existentes, cinco estão com capacidade máxima.