Parte da Av. Desembargador Moreira terá mão única a partir de novembro

Tráfego de carros será interrompido no trecho entre a Abolição e a Dom Luís, no sentido Praia-Sertão, para obras de requalificação. A partir do próximo mês, motoristas precisarão acessar ruas paralelas, como Osvaldo Cruz e Barbosa de Freitas

A partir de novembro próximo, ainda sem dia específico, parte da Avenida Desembargador Moreira passará a contar somente com uma mão única. Entre as avenidas Abolição e Dom Luís, no sentido Praia-Sertão, o tráfego estará interditado para obras.

A Prefeitura de Fortaleza apresentou, ontem (13), no Paço Municipal, o projeto de requalificação viária que vai transformar a área em um espaço destinado à circulação de pedestres. A intervenção faz parte do programa Mais Ação, que prevê a melhoria de 950 ruas e avenidas de 30 bairros da Capital.

Um estudo preliminar foi desenvolvido para averiguar a viabilidade da mudança. Isso porque toda a extensão da avenida passará por mudanças. O levantamento dividiu a Desembargador Moreira em três trechos a partir de peculiaridades.

O primeiro, entre a Pontes Vieira e a Padre Antônio Tomás, é caracterizado como um corredor de passagem de veículos. Já o trecho entre a Padre Antônio Tomás e a Dom Luís acumula grande concentração de comércios. O espaço final, que vai da avenida Dom Luís até a Abolição, reúne o maior número de transeuntes na via.

De acordo com o secretário da Conservação e Serviços Públicos (SCSP), Luís Alberto Sabóia, o estudo contabilizou 1.900 pedestres em horários de pico andando pelo último trecho. "Isso dá uma amostra do potencial de gente que pode caminhar por esse calçadão", justifica o titular.

Antes de confirmar a intervenção, porém, moradores e investidores da área foram consultados, como explica o titular da Regional II, Ferruccio Feitosa. "Nós tivemos a oportunidade de fazer audiências públicas com as pessoas que residem e que também têm negócios ali. E, desde o primeiro momento, sempre a aceitação foi absoluta, praticamente 100%", aponta.

Baseado nessa demanda, o pacote de obras para o trecho três contempla a troca do asfalto para pavimentação intertravada, calçadas de concreto e acessíveis, nova iluminação, paisagismo e estrutura cicloviária. O calçadão será colorido e com tamanho estendido.

"A ideia é fazer com que as pessoas que já têm o costume de passar pela Beira-Mar de Fortaleza e se sentem atraídas para fazer esporte ou caminhada, se sintam convidadas a sair de lá caminhando ou pedalando e subam até a Dom Luís com esse novo calçadão, que vai ser reimplantado. O intuito é trazer mais espaço para o pedestre", afirma a secretária da Infraestrutura (Seinf), Manuela Nogueira.

Prazo

O cronograma da intervenção aponta que o serviço de requalificação da área deve começar no próximo mês, quando os motoristas e motociclistas precisarão estar atentos para a nova rota. Com a interrupção do sentido Praia-Sertão, os condutores são orientados a seguirem pelas ruas Osvaldo Cruz ou Barbosa de Freitas. No entanto, o movimento contrário (Dom Luís-Abolição) continuará livre.

Já os outros dois outros trechos da Desembargador Moreira ganharão novo asfalto, canteiro central, sinalização, piso intertravado que facilita o escoamento da água e melhora a sensação térmica da via, além de pavimento em concreto nos pontos de ônibus. Este material reduz o desgaste da pista na hora da frenagem dos veículos coletivos.

A gestão municipal também anunciou um pacote de melhorias em outras três vias da cidade. As mudanças começaram a ser implementadas há 15 dias. A Abolição terá a substituição do asfalto, paisagismo, nova iluminação em LED e reforma do canteiro central, assim como na Raul Barbosa. Já na Dom Luís, as calçadas estão sendo padronizadas e terão rampas de acessibilidade, internalização dos fios da rede de dados e espaços de convivência. Todas elas contarão com piso de concreto nas paradas de ônibus.

Conforme Manuela Nogueira, o prazo para a entrega da obra das quatro avenidas é outubro de 2020 com orçamento calculado em R$ 31,4 milhões, cujo valor foi obtido através de recursos do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), banco privado, e Prefeitura.