Um estudo realizado pela gerência de Análise e Monitoramento da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) levou o órgão a manter a posição de alerta para o risco de novas manchas de óleo surgirem no litoral, entre o mês de dezembro e março de 2020.
O levantamento aponta que, durante o período, há maior frequência do fenômeno de ondas conhecido como swell na área do oceano Atlântico que corresponde ao Nordeste. Swell é o termo que define as ondas formadas em alto mar, em decorrência de tempestades, que podem ultrapassar três metros de altura. As formações acumulam energia suficiente para remover possíveis blocos de óleo submersos e levá-los até a costa.
O titular da Superintendência, Carlos Alberto Mendes, anunciou a medida na última terça-feira (3). “Pesquisamos a série histórica dessas ondas de swell e percebemos que elas se concentram entre dezembro e março, com grande probabilidade de ocorrerem já em dezembro”, ressalta.
Durante os 90 dias em que foram registradas as ocorrências mais frequentes das manchas de óleo no Ceará, a Semace coletou 22 toneladas de resíduos oleados, em 29 praias de 16 municípios. O material considerado perigoso foi removido do mar e das praias com o apoio do Ibama, Marinha e prefeituras, como parte de um esforço coletivo coordenado pelas secretarias do Meio Ambiente e da Casa Civil.
O óleo recolhido foi transportado para ser queimado no formo da cimenteira Apodi, autorizada pela autarquia. “A nossa torcida é de que o pior já tenha passado, mas nós continuamos vigilantes e atuantes, para que, surgindo novas mancha, possamos agir e fazer a coleta o mais rápido possível”, diz o superintendente.