Após o resultado de um novo estudo liderado pelo Instituto Butantan indicar que a eficácia da CoronaVac cresceu de 50,38% para 50,7%, chegando a 83,7% em casos moderados com intervalos maiores entre as doses, o Ministério da Saúde informou que aguarda um direcionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para qualquer mudança no intervalo vacinal, devendo seguir, por enquanto, as orientações da bula do imunizante.
A atual bula da CoronaVac indica o intervalo de 14 a 28 dias entre a primeira e a segunda dose da vacina. Nos últimos estudos, contudo, a maior eficácia foi registrada no intervalo máximo de 28 dias. No entanto, a vacinação a partir do 21º dia já estava sendo defendida pelo Instituto Butantan desde janeiro.
Alteração no Ceará depende do Ministério da Saúde
Questionadas sobre as possíveis alterações, as secretarias de saúde Estadual do Ceará (Sesa) e Municipal de Fortaleza (SMS) informaram que aguardam um posicionamento do Ministério da Saúde no Plano Nacional de Imunização para alterar ou não a condução da aplicação no Ceará.
Segundo o médico imunologista Edson Holanda Teixeira, membro do Departamento de Patologia e Medicina Legal da Universidade Federal do Ceará (UFC), as pessoas que foram vacinadas seguindo o intervalo menor entre as doses permanecerão protegidas.
A diferença é que, com o aumento de tempo entre as doses, há um ganho de em média 10% na eficácia global [da vacina], o que é bom”
Edson Holanda explica ainda que a logística de aplicação das vacinas no Ceará não deverá sofrer danos com as mudanças no cenário atual.
“Isso não vai alterar e nem vai provocar grandes prejuízos, visto que muitas dessas vacinas aplicadas já respeitavam esse intervalo mínimo de 21 dias aqui no Estado”.
O imunologista ressalta também que a nova indicação do Instituto Butantan, provavelmente, será seguida sem problemas, visto que “qualquer porcentagem que você ganhe de eficácia é importante”, comenta Edson.
Doses diferentes
Atualmente, o Plano de Operacionalização para Vacinação Contra a Covid-19 do Ceará orienta para que em casos nos quais o indivíduo tenha recebido a primeira dose de vacina de um fabricante e, com menos de 14 dias, venha receber uma segunda dose da vacina de outro produtor, esta última deverá ser desconsiderada e reagendada uma segunda dose conforme intervalo indicado do primeiro imunizante recebido.