Causada por fatores que incluem o vírus da rubéola, citomegalovírus, herpes, a toxoplasmose e alguns estágios da sífilis, a microcefalia voltou a registrar casos no Ceará. Ela tem sido associada frequentemente à Síndrome Congênita do Zika Vírus, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti. Casos motivados pela arbovirose foram observados de forma epidêmica no Ceará entre 2015 e 2016.
Apesar de não existir um tratamento específico para a doença, pacientes diagnosticados devem passar por estimulação precoce desde o nascimento até os três anos de idade, com o objetivo de desenvolver fatores que podem ser prejudicados pela microcefalia: crescimento físico e a maturação neurológica, comportamental, cognitiva, social e afetiva.
De acordo com o neurologista pediátrico do Hias, André Luiz Santos, as novas possíveis manifestações da doença devem-se ao fato de que, em 2015 e 2016, a infecção foi ampla e teve uma maioria de casos assintomáticos. “O que deve ter acontecido: quase toda a população foi infectada, e houve uma resposta imunológica ao vírus. Depois da epidemia, a tendência foi cair. Mas é óbvio que não quer dizer que não vai acontecer de novo”, explica.
Uma vez que o vírus e o mosquito transmissor continuam circulando, a previsão é de que os casos da arbovirose continuem sendo identificados, assim como a Zika congênita. “Provavelmente, não será da forma como foi, aquela coisa epidêmica, pegando muita gente, justamente por conta da resposta imunológica. Isso são hipóteses, claro. Mas vamos continuar tendo os casos”.
“O que se sabe sobre microcefalia?”
Conforme o Ministério da Saúde, a microcefalia é uma malformação congênita em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada, devido a uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas e infecciosas, bactérias, vírus e radiação.
A doença pode vir acompanhada de outros diagnósticos, a exemplo da epilepsia, paralisia cerebral, retardo no desenvolvimento cognitivo, motor e fala, além de problemas de visão e audição.