Médicos cearenses fazem manifestação em apoio a famílias de vítimas da Covid-19, neste sábado (13)

Além da homenagem, profissionais da saúde integrantes do Coletivo Rebento manifestaram apoio à categoria e repúdio à atuação do Governo Federal diante da pandemia

Cruzes espalhadas pela areia da Praia de Iracema, estampando nomes dos estados e o número de vítimas da Covid-19. Foram elas os símbolos do protesto de médicos cearenses do Coletivo Rebento, na manhã deste sábado (13), em Fortaleza, em apoio às famílias das vítimas da pandemia, aos profissionais de saúde, que estão na linha de frente contra o novo coronavírus, e em repúdio às ações do Governo Federal diante da crise na saúde.

 

O objetivo da manifestação, segundo a organização, é fazer a população refletir sobre os impactos da pandemia na sociedade. Os símbolos ficarão expostos durante todo o dia. “Isso é o nosso manifesto, nosso repúdio contra o descaso, principalmente do Governo Federal, diante dessas mortes. A gente tem que ter empatia pelo outro, pelas famílias que estão sofrendo seus lutos, pela dificuldade que elas têm de conseguir esse atendimento [na saúde]”, declarou a médica pediatra Diola Rola.

“Colocamos aqui o mapa do Brasil para mostrar que isso é de Norte a Sul. Uns tiveram mais mortes, até não terem respeitado o distanciamento social, e outros foram um pouco menos acometidos. Mas o vírus não poupou nenhuma região”, pontua Diola.

O coletivo, que foi criado durante a pandemia, ganhou força também no combate a notícias falsas, que têm motivado o dessrespeito ao isolamento social. “A gente quer o tempo inteiro fazer o contraponto às notícias falsas, que não têm sustentação na evidência científica, porque é nossa obrigação, inclusive, discutir a partir das evidências”, destaca Liduína Rocha, médica presente no protesto.

Impactos 

De acordo com a médica Elodie Hypolito, que faz parte da equipe de transplante de fígado do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), a pandemia não impactou apenas as vítimas de Covid-19 e suas famílias, mas também outras especialidades médicas.

“Nós tivemos uma redução, em março, de 70% do número de transplantes realizados ao mês, por uma série de motivos. Principalmente porque os doadores precisam de UTI para sobreviverem até o momento da captação, elas estavam todas ocupadas com pacientes Covid. E isso também já gerou mortes”, declara Elodie.

Ato no Rio de Janeiro

Na última semana, ONG realizou ato com cruzes na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, como homenagem a vítimas da Covid-19.