Após uma parte da fachada do Edifício Salinas, no Bairro Cocó, desabar, na tarde de ontem (18), o imóvel foi evacuado e interditado pela Defesa Civil de Fortaleza, até que tenha sua estrutura totalmente avaliada e o risco de novas ocorrências descartado. A queda de um pedaço fez um buraco no subsolo da edificação, atingindo dois veículos que estavam estacionados no local. No momento do acidente, não havia ninguém nos dois ambientes.
Além do órgão municipal, o Corpo de Bombeiros do Ceará e a Polícia Militar estiveram no endereço, na Rua Lígia Monte. "O prédio já tem uma idade bem considerável e necessitava de manutenção", disse o coronel Marcos Gomes, do Corpo de Bombeiros.
O edifício, de 37 anos e sete andares, conta com um apartamento por andar e está todo à venda. Cerca de seis famílias residem no local, mas na hora do desabamento, poucas pessoas estavam em casa, segundo o porteiro da unidade, Márcio Mendes, 36. Ele não soube precisar o motivo da venda do prédio residencial. Moradores ouvidos pela reportagem - mas que não quiseram se identificar - disseram que o prédio não apresentava risco aparente e que, por isso, uma reforma na estrutura nunca foi pauta entre os condôminos e a administração do imóvel.
Vistoria
Na noite de ontem, técnicos da Defesa Civil de Fortaleza vistoriaram o edifício, andar por andar. Somente após emissão de um laudo será possível saber quando os moradores poderão retornar para suas casas. "Por prevenção, até por conta dos moradores que estavam no local e ficaram assustados com o desabamento das 'lajotas', a Defesa Civil, juntamente com os Bombeiros, sugeriu que o local fosse evacuado nesse primeiro momento", explicou Luciano Agnelo, coordenador do órgão de fiscalização.
Segundo ele, o prédio não está sob ameaça de colapsar. "Deixando a população tranquila, o prédio não corre risco de desabamento. São probleminhas de manutenção, de reparos que precisam ser feitos na parte externa.
A queda da fachada ocorreu um mês após o desabamento do Edifício Andrea, no Dionísio Torres, também em Fortaleza, tragédia que causou nove mortes. Ao todo, sete moradores e pessoas que estavam no entorno foram resgatadas com vida. Após o caso, de grande repercussão nacional, a preocupação com a estrutura dos prédios na Capital se acentuou, aumentando o número de denúncias e vistorias.
Outros casos
No fim de outubro, o Edifício Modigliane, no bairro de Fátima, foi evacuado pela Defesa Civil após moradores ouvirem estalos na estrutura. O local passava por reforma. O imóvel apresentava rachaduras no chão, paredes e teto.
Já no começo deste mês, o Edifício Ana Cristina Holanda, no Bairro Montese, foi interditado pela Defesa Civil de Fortaleza por apresentar colapso em parte de sua estrutura. A recomendação é de que os moradores deixassem o local enquanto as duas caixas-d´água passassem por reforma.