Josés em nome do santo: xarás do padroeiro celebram Dia de São José

Na Catedral Metropolitana de Fortaleza, a missa das 10h é “dos Josés”, concentrando homens que foram batizados em homenagem ao padroeiro

Avô, pai, filho e neto têm, além do sangue e da história, outra combinação forte: o nome. Na família do aposentado José Almir Cavalcante, a devoção se enraizou na árvore genealógica desde o avô dele – e tende a se perpetuar pelos descendentes.

Na manhã desta terça-feira, 19 de março, José Almir era um entre as centenas de Josés que participavam da missa especial para os “xarás” do padroeiro do Ceará, realizada às 10h na Catedral Metropolitana de Fortaleza. “Já faz 12 anos que venho de Itapebussu pra essa missa. Mais um monte de gente da minha família se chama José... Ele é exemplo de homem a ser seguido”, declara.

Outro José, o Lopes, também foi batizado em nome do pai de Jesus. A gratidão à mãe, que plantou nele a semente da devoção, porém, transcende os limites do documento de identidade. “Eu já recebi muitas graças, e hoje eu vim agradecer. Já consegui emprego por causa do pedido a São José. A minha mãe me deu esse nome, graças a Deus. Eu peço todo dia proteção pra mim, pra minha filha que vai se formar agora. Ave Maria, se não fosse são José na minha vida!”, empolga-se.

O pároco da matriz, padre Clairton Alexandrino, salienta a importância de São José para os valores e tradições familiares. “São José construiu uma família fundada na obediência a Deus – mais pela vida, pelo testemunho e pelas atitudes do que por palavras. Por sinal, não existe uma só palavra dele na Bíblia. No entanto, o seu nome, a veneração e a admiração que se tem por ele estão no mundo inteiro, por causa desse exemplo. José mostra que o testemunho da vida vale muito mais.”

A ligação do sertanejo com o santo, muitas vezes incompreendida por homens e mulheres da urbe, é, para Pe. Clairton, prova de fé no divino. “Para o homem moderno, isso é antiquado, ultrapassado. Até nós, padres: quem vai se preocupar em fazer procissão pedindo chuva? Porque estamos com a mentalidade materialista, acreditamos naquilo que é submetido a laboratório, ao teste, ao quantificável. Mas é preciso saber que a chuva é de Deus, Ele é que manda. Podem se unir as potências do mundo inteiro e mandar chover, pra ver se chove!”, exclama.