As obras de construção do hospital de campanha do Estádio Presidente Vargas (PV), em Fortaleza, estão 85% concluídas nesta sexta-feira (17), de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A unidade começou a ser construída no dia 23 de março e deve ser entregue até a próxima segunda (20), mas já a partir deste sábado (18) receberá os primeiros pacientes com Covid-19, de acordo com o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio.
Um bloco de enfermaria com 51 leitos será o primeiro a iniciar funcionamento, às 12h deste sábado. "Já há gente na fila da Central de Regulação aguardando por leitos de internação, são pacientes que estão eventualmente internados em UPA, Gonzaguinha ou Frotinha, que não são especializados para manejar pacientes com Covid. Então, serão transferidos ao longo do fim de semana para este hospital", afirmou o chefe do executivo municipal.
A nova estrutura poderá abrigar, no total, até 336 leitos para atender a pacientes com coronavírus. “Estamos na reta final do nosso hospital. Estamos na fase de limpeza, mas já temos equipamento, pessoal contratado e treinado que vai chegar aqui na unidade para se integrar, para conhecer a estrutura. Conseguimos manter nosso prazo e vamos entregar em menos de um mês”, destaca também a titular da SMS, Joana Maciel.
A unidade temporária de saúde iniciará as atividades com 204 leitos convencionais, para acolher pacientes de média e baixa complexidade. No entanto, conforme a Prefeitura, a capacidade pode ser ampliada para até 336 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), dependendo da gravidade dos casos, já que existem estruturas semiprontas de reserva.
Além do hospital de campanha, outra unidade da rede do Município deve ser reforçada: de acordo com Roberto Cláudio, mais dez leitos de UTI devem ser abertos neste sábado no IJF 2, e mais dez na próxima segunda-feira. Até o dia 30 de abril, serão 94 novos leitos de UTI no IJF 2, aponta o prefeito.
Sem demanda espontânea
A secretária Joana Maciel lembra que o hospital no estádio não deve ser a primeira opção de procura da população. “Tanto o IJF2 (Instituto Dr. José Frota) quanto o PV terão portas fechadas, que a gente chama de retaguarda. Você não pode ir para a emergência deles procurar atendimento para síndrome gripal. Os pacientes serão procedentes das nossas 12 UPAs (Unidades de Pronto Atendimento)”, explica.
Joana Maciel também ressalta a instalação de locais específicos de paramentação e desinfecção dos profissionais de saúde que vão atuar no espaço. “Vamos ter essas áreas separadas para minimizar a infecção intranosocomial, quando a doença é adquirida por esses profissionais, que é um problema no mundo todo”, diz.
Custos
Segundo o prefeito Roberto Cláudio, a estrutura física do hospital de campanha recebeu investimento de R$ 4 milhões. Já a manutenção dos 204 leitos de internamento iniciais, durante quatro meses, custará R$ 35 milhões, incluindo profissionais, laboratório, farmácia, equipamentos. “O custo ao longo dos meses vai depender da demanda, do número de profissionais, de leitos, do tempo de internação”, informa.