Um mês após o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar as restrições à doação de sangue por homossexuais, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) adotou novo protocolo nesta quarta-feira (10) para atender a determinação. Dessa forma, homens que fizeram sexo com homens nos últimos 12 meses já podem entrar na lista de coletas.
O Hemoce excluiu do questionário de triagem clínica essa pergunta, autorizando que homossexuais com vida sexual ativa façam a doação. Para doar, é preciso estar saudável, ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50kg e apresentar documento oficial com foto.
Agora, a Hemorrede do Estado prevê um aumento no número de voluntários. “A gente espera que haja uma repercussão positiva na procura por doação de sangue. Mais candidatos, mais doadores para que a gente possa atender aos pacientes que precisam de transfusão aqui no Estado”, comemora Luciana Carlos, diretora geral do Hemoce.
Conquista
Para a ativista dos Direitos Humanos LGBT, Dediane Souza, a inclusão marca o reconhecimento da cidadania plena dos gays na doação de sangue, cujo processo envolveu a unificação dos movimentos sociais.
“O doar é muito simbólico. Tanto salva vidas como é uma reparação das violências do processo histórico de negação de direitos a essa população. É um debate muito antigo, mas que hoje tem uma simbologia muito forte com essa conquista”, ressalta.